O general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, é o único réu presente no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (2). Ele também é o que tem as maiores chances de redução de pena, podendo até ser absolvido, conforme informações da colunista Ana Flor, do g1.
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Pesa contra o general, segundo investigações da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), sua atuação contra o Tribunal Superior Eleitoral (STF) e urnas eletrônicas, além da participação na discussão da minuta golpista após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, apresentada aos chefes das Forças Armadas.
Interlocutores de dois ministros informaram à jornalista que a participação de Paulo Sérgio nos crimes examinados exige um olhar “detalhado” e “aprofundado”. Isso porque, na visão dos ministros, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra que o general poderia ter tentado dissuadir o ex-presidente de intenções golpistas.
A defesa do general também teve sinalizações nas últimas semanas de que a situação de Paulo Sérgio é diferente dos demais réus do chamado “núcleo crucial”. Os advogados do general alegam que a reunião com os chefes das Forças ocorreu com o objetivo de “fechar um consenso contrário a qualquer medida de exceção”.
Conheça os réus do núcleo 1 da trama golpista
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Como será o julgamento
O julgamento de Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista acontece nesta terça-feira (2) e deve se estender por outras cinco datas já reservadas pelo STF: 3, 9, 10 e 12 de setembro.
Os primeiros dias devem ser dedicados à leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, à sustentação oral do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que terá até duas horas para falar, e dos advogados dos oito réus, incluindo a defesa de Bolsonaro, cada um com até uma hora para manifestação.
Depois disso, o ministro Alexandre de Moraes deve apresentar a proposta de voto, em que irá pedir a condenação ou absolvição dos réus. Os demais ministros da Primeira Turma votam na sequência, em ordem de antiguidade no tribunal: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que fecha o julgamento por ser presidente da Turma.
Quem são os réus
O núcleo de réus reúne Bolsonaro e outros sete investigados, todos ex-ministros ou cargos de primeiro escalão do governo do ex-presidente ou das Forças Armadas. Além deste grupo, chamado de “núcleo crucial do golpe”, há ainda outros cinco grupos de investigados, que totalizam 37 réus. Ainda não há data definida para os julgamentos outros núcleos.
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- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Investigação (Abin);
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
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