O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro. De acordo com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, o programa Mais Médicos, em que o governo brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi “um golpe diplomático inconcebível”. As informarções são do g1.
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O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Mozart Júlio Tabosa Sales é servidor concursado do Hospital Universitário Oswaldo Cruz desde 1999 e também atua como médico legista do Instituto de Medicina Legal de Pernambuco.
O médico já foi vereador do Recife entre 2004 e 2008 e presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal. No governo federal, ocupou cargos como assessor e chefe de gabinete no Ministério da Saúde. Entre 2012 e 2014, foi secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, quando participou da criação do programa Mais Médicos, lançado no governo Dilma Rousseff.
Já Alberto Kleiman é o diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Ele também trabalhou na área de Relações Internacionais em diferentes gestões do PT na Prefeitura de São Paulo e na Presidência da República, até chegar ao Ministério da Saúde, em abril de 2012, durante o governo Dilma Rousseff.
Segundo seu perfil em uma rede social, ele permaneceu à frente do Departamento Internacional da pasta até janeiro de 2015.
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Em julho, os Estados Unidos já haviam suspendido os vistos de Alexandre de Moraes e de outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Entenda
O governo americano disse que Mozart Sales e Alberto Kleiman “usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos”.
O secretário Marco Rubio, dos EUA, também afirmou que integrantes da Opas participaram de um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.
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“Hoje, o Departamento de Estado tomou medidas para revogar vistos e impor restrições de vistos a vários funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e seus familiares por sua cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano no programa Mais Médicos. Estes funcionários foram responsáveis ou estiveram envolvidos na cumplicidade do esquema coercivo de exportação de mão-de-obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos através de trabalho forçado. Este esquema enriquece o regime cubano corrupto e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais“, escreveu o Departamento de Estado em um comunicado.
A investigação sobre a Opas e o papel no programa Mais Médico teria começado já no primeiro mandato de Trump. Explicações sobre o envolvimento da Opas no envio de médicos cubanos ao Brasil já haviam sido exigidas em 2020, pelo então secretário Mike Pompeo.
O Mais Médicos
Criado em 2013 pelo governo de Dilma Rousseff (PT), o programa tinha como objetivo levar médicos às periferias das grandes cidades e para o interior.
À época, críticas foram direcionadas ao programa por contar com a possibilidade de que médico estrangeiros atuassem, como profissionais de Cuba, já que o governo brasileiro tinha uma parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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