A trajetória de Amanda Bianchini até a coroa da Festa Nacional do Pinhão 2025 é uma história de força e determinação. A lageana de 26 anos, sempre esteve envolvida com o tradicionalismo, crescendo entre a lida de campo, cavalos, música e CTGs.
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Apesar de nunca ter sonhado em ser rainha na infância, com o tempo percebeu que aquele título representava algo maior: a oportunidade de mostrar a cultura da Serra catarinense.
— Nunca foi um sonho de criança, na verdade, eu sempre estive envolvida no meio tradicionalista desde muito novinha. Cresci no meio da lida de campo, cavalos, música, CTG. Minha família sempre foi muito inserida nesse meio. Mas, diferente da grande maioria, eu não tinha o sonho de infância de ser princesa ou rainha. O que me despertou esse desejo foi o gosto pela tradição, de querer levar para o mundo o quão rico e bonito é o nosso povo. Foi vendo a Jesuelen Andrade (que também foi rainha) que percebi que ali havia uma chance de resgatar a nossa cultura — comenta.
Primeiros passos no concurso
Sua primeira experiência no concurso aconteceu em 2018, ainda muito jovem e enfrentando o medo de falar em público. A experiência foi desafiadora, mas serviu como um primeiro passo para amadurecimento e aprendizado.
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— Fui com medo mesmo. Não falei bem, mas o ‘conseguir falar’ para mim foi uma grande evolução. Não ganhei o título, mas ganhei experiência, aprendizado e maturidade. Sem dúvidas eu definitivamente não estava pronta — reflete Amanda.
Já em 2022, mais confiante e preparada, decidiu tentar novamente, mas um obstáculo inesperado mudou completamente seus planos. Durante a preparação para o concurso, ela sofreu um AVC hemorrágico que a afastou da disputa.
— O AVC paralisou todo o meu corpo do lado direito e isso me deixou internada e impossibilitada de continuar na seletiva. Isso aconteceu no segundo encontro do concurso.
O maior desafio: um AVC e um sonho adiado
O momento foi o mais difícil da vida de Amanda. Um dia, estava bem; no outro, havia perdido os movimentos, sem conseguir sair da cama ou se alimentar sozinha. Mas, apesar da dor, foi também uma fase de grande crescimento.
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Católica e de muita fé, encontrou forças na espiritualidade e no apoio da família e amigos, que se uniram em oração por sua recuperação. Os médicos estimavam que ela voltaria a andar em até dois anos, mas, em menos de 20 dias, já dava os primeiros passos com ajuda dos fisioterapeutas.
Veja fotos da rainha
Mesmo sem entender de imediato o propósito daquela experiência, nunca questionou por que aquilo havia acontecido com ela. Em 2024, já certa de que não participaria mais, por conta da idade, foi convidada para dar uma palestra às candidatas, compartilhando sua vivência no tradicionalismo, no concurso e até dicas de maquiagem, sua profissão.
Entre recomeços e o destino
A vida, porém, deu novas voltas. O edital para a edição de 2025 foi divulgado com alteração na idade, permitindo inscrições de mulheres até 29 anos.
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Muitos incentivaram Amanda a tentar mais uma vez. Sem mais impedimentos, percebeu que poderia encerrar aquele ciclo da maneira certa. Ainda assim, hesitou. O medo agora não era o de falar em público, mas de reviver tudo o que aquele palco representava. No último dia de inscrições, nos últimos 30 minutos, decidiu se inscrever:
— Pensei em tentar novamente, mas demorei a decidir. Não era mais o medo de falar em público que me preocupava, e sim o receio de voltar àquela mesma sala, que trazia tantas lembranças, agora sob a mesma perspectiva de candidata. Entreguei tudo a Deus, como sempre fiz na minha vida, e deixei para me inscrever no último dia, nos últimos 30 minutos e caso algo desse errado, entenderia que não era para ser (risos). Fui com medo mesmo!
No fim, entendeu que tudo se alinhou para que ela pudesse dar um ponto final àquela história — e o desfecho não poderia ter sido mais emocionante.
— Entendi que a vida havia se alinhado para que eu pudesse colocar um ponto final nessa história, que até então havia ficado apenas com uma vírgula. Finalmente, tive a chance de encerrar esse ciclo e viver novamente toda a experiência — reflete.
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A preparação para o concurso foi intensa: estudou, treinou, fortaleceu a mente e o corpo, e entrou na disputa com a certeza de que estava pronta.
Coroação e a realização do sonho
O momento da coroação foi a concretização de tudo pelo que lutou. Agora, vivendo a rotina de rainha, ela se prepara para ser uma das anfitriãs da maior festa da Serra catarinense, carregando com orgulho a faixa e a história de uma vida.
— É uma realização, sem dúvidas! Todos os dias me pergunto se isso é real ou um sonho, já que fui de fato surpreendida com o título. Todas as meninas eram muito bonitas e estavam muito bem preparadas. Existe um propósito para tudo e um tempo determinado debaixo do céu, e chegou o meu tempo — enfatiza ela.
Sobre os compromissos e a chegada da festa, a rainha se diz ansiosa:
— Ainda estou me acostumando, mas sem dúvida, sou imensamente grata por esse momento. A agenda está cheia, mas já estou ansiosa pelos próximos passos, eventos e compromissos. Sinto que nosso povo está com sede de festa, e o lageano ama a Festa do Pinhão.
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Para ela, ser rainha é muito mais do que ostentar uma coroa, é a prova de que a persistência sempre vale a pena.
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