Santa Catarina pode registrar um aumento no número de enchentes até 2100, segundo estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em parceria com a Agência Nacional de Águas. O documento, publicado na ultima semana, preocupa especialistas da área.

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A vazão máxima de cheias frequentes tem projeção de crescimento de 17% em Santa Catarina. O aumento pode elevar o nível das cheias em até três metros em rios de regiões de serra e até um metro em regiões planas.

O alerta vai para a bacia do rio Itajaí-Açu. A região registrou temporais na última semana de novembro, deixando mais de 200 pessoas desalojadas e mais de 360 casas atingidas. Em especial, o município de Luiz Alves decretou situação de emergência, junto de outras dez cidades.

Risco de secas na região Sul

As chances de secas no Estado também devem aumentar até 2100. Segundo o estudo, a duração do período seco deve crescer até cinco dias em Santa Catarina. O alerta é válido também para toda a região Sul, que ao todo deve ter cinco vezes mais eventos climáticos no mesmo período.

A duração de secas no Rio Grande do Sul e no Paraná pode aumentar três e dez dias, respectivamente. O estado paranaense concentra o maior risco de crise hídrica, com projeção de queda de 2% na precipitação anual.

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O que dizem os especialistas?

Maria Lúcia de Paula Herrmann, do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pesquisou sobre o tema entre 1980 e 2010. Durante os anos, a pesquisadora analisou a frequência de desastres naturais no Estado e disponibilizou ao NSC Total o atlas da pesquisa.

“Quanto ao aumento dos desastres naturais ao longo do período analisado, é possível verificar que entre 2000 e 2010 todos os fenômenos tiveram aumento significativo. Contudo, os maiores percentuais se referem às estiagens (76,43%) e inundações bruscas (74,46%)”, diz trecho do atlas.

Em geral, os dados do atlas reiteram o levantamento da UFRGS, indicando que não só Santa Catarina, mas toda a região Sul registra um aumento no número de catástrofes climáticas. Os dados abaixo revelam o aumento.

Relembre alagamentos em Luiz Alves

*Sob supervisão de Luana Amorim
**Com informações da Folha

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