Nos próximos dias, a fumaça das queimadas da Amazônia deve voltar a ser vista no céu de Santa Catarina. Segundo a Defesa Civil, na sexta-feira (6), os ventos devem voltar a soprar do norte, trazendo a fuligem para o estado e causando o fenômeno do céu avermelhado. O Rio Grande do Sul, deve ser atingido por uma “chuva preta” já nesta quarta-feira (4), devido o encontro da precipitação com a fumaça no estado.

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Segundo o portal de meteorologia MetSul, não será surpresa se, em Santa Catarina e no Paraná, piscinas, baldes ou outras superfícies úmidas fiquem com a água escura devido a alta concentração de fuligem no ar. Também pode acontecer de carros e áreas externas ficarem com poeira escura, como ocorreu no Rio Grande do Sul.

Uma imagem de satélite divulgada pela Defesa Civil mostra como está concentrada as correntes de fumaça pelo Brasil. Veja:

A presença de fumaça pode prejudicar a visibilidade e afetar a qualidade do ar (Foto: Divulgação, Cptec-inpe)

A Defesa Civil de Santa Catarina informou que  alongo prazo, a presença de fumaça no ar persistirá até que as queimadas nas regiões afetadas sejam controladas ou até o retorno da estação chuvosa, entre a primavera e o verão.

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Enquanto isso, é recomendável beber bastante água e ficar atento a possíveis sintomas de irritação respiratória, como tosse, dificuldade para respirar e irritação nos olhos, principalmente para as populações mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias ou cardíacas.

Como a fumaça chega ao Sul do Brasil

A principal origem dessa fumaça, ainda de acordo com a MetSul, é o Sul da Amazônia, especialmente no chamado “arco do desmatamento” que inclui áreas do estado do Amazonas, Rondônia e Bolívia, onde o número de incêndios tem sido elevado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais mostram que, entre a noite de domingo e ontem à noite, foram registrados 3.432 focos de calor na Amazônia.

Isso somado à falta de chuvas está dificultando ainda mais a redução do fogo. A Defesa Civil explicou que nesta época do ano, o aumento das queimadas nas regiões amazônica e central do Brasil é um fenômeno esperado, devido ao regime de chuvas que alterna entre uma estação seca (outono e inverno) e uma estação chuvosa (primavera e verão).

No entanto, em 2024, houve um crescimento expressivo dessas ocorrências, que pode ser atribuído à influência do fenômeno El Niño. Esse fenômeno climático intensificou as chuvas no Sul do Brasil, enquanto reduziu as precipitações em outras regiões, como a Amazônia e o Centro-Oeste, justamente no período em que o volume de chuvas deveria ser maior.

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Assim, a região Sul está presenciando uma grande quantidade de fumaça no ar, mesmo sem muitas queimadas locais. De acordo com a Defesa Civil, o fenômeno ocorre devido ao transporte de fumaça das queimadas nas regiões amazônica e central do Brasil, trazida pelos ventos de norte, especialmente pelo Jato de Baixos Níveis (JBN), conhecido também como fluxo de calor e umidade da Amazônia. Esta corrente traz ar mais quente, o que explica o aumento previsto das temperaturas na região sul.

Como diferenciar fumaça e nevoeiro marítimo

*Sob supervisão de Luana Amorim

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