Santa Catarina tem três regiões com todos os leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) adulto ocupados, de acordo com dados desta quarta-feira (27) do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS de Santa Catarina (Cieges/SC). As regiões da Serra, do Planalto Norte e Nordeste, e da Foz do Rio Itajaí não têm nenhum leito disponível.

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A média de ocupação em todo o Estado é de 95%, com apenas 49 leitos disponíveis entre os 983 ativos. A Grande Florianópolis, o Vale do Itajaí, o Sul e o Meio-Oeste têm taxas de ocupação superiores a 90%. Já o Oeste tem média de 89,6%.

Na última quinta-feira (21), por conta da superlotação e falta de leitos, o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, de Joinville, chegou a emitir um ofício pedindo ao Samu que redirecionasse pacientes para outras unidades de saúde pelo período de 24 horas. A Secretaria do Estado de Saúde (SES) confirmou que o ofício foi emitido.

À NSC TV, a SES informou que “é natural” que paciente sejam remanejados de um hospital para outro ou até de uma região para outra. O governo também disse que o sistema de saúde vive uma sobrecarga nesta época do ano, principalmente por conta de síndromes respiratórias.

De acordo com a SES, 291 leitos foram abertos desde 2023. Na segunda-feira (25), cinco foram inaugurados no Hospital São Francisco, de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis. Também foram abertos 12 leitos no Hospital Beatriz Ramos, em Indaial, e 10 no Hospital e Maternidade Oase, em Timbó, nos últimos meses, conforme a pasta.

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Veja a situação dos leitos em em SC

Veja a situação dos leitos de UTI adulto por região em SC

  • Planalto Norte e Nordeste: 100% (0 leitos disponíveis)
  • Oeste: 89,6% (7 leitos disponíveis)
  • Meio-Oeste: 95,5% (5 leitos disponíveis)
  • Grande Florianópolis: 94% (9 leitos disponíveis)
  • Foz do Rio Itajaí: 100% (0 leitos disponíveis)
  • Serra: 100% (0 leitos disponíveis)
  • Vale do Itajaí: 90,4% (18 leitos disponíveis)
  • Sul: 92,5% (10 leitos disponíveis)

Leitos neonatais e pediátricos

A situação dos leitos neonatais também gera alerta, com taxa média de ocupação de 79,2% e duas regiões sem leitos: Oeste e Foz do Rio Itajaí. A Grande Florianópolis, o Meio-Oeste e a região Planalto Norte e Nordeste têm mais de 85% dos leitos ocupados, enquanto o Vale do Itajaí tem 71,7% de ocupação. As demais regiões não apresentam risco.

A situação dos leitos infantis, por outro lado, não tem sinais de urgência. O Estado tem ocupação média de 61,2%, com leitos disponíveis em todas as regiões. No Oeste e na Serra, porém, há apenas um leito pediátrico desocupado entre os 10 ativos em cada região. Já na Grande Florianópolis e Planalto Norte e Nordeste há cinco leitos disponíveis, em cada região. As demais regiões não apresentam risco.

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O que diz a SES

“Santa Catarina fez a maior expansão de leitos de UTI da história do nosso estado. Mais de 20% dos leitos hoje disponibilizados foram abertos desde 2023. Foram mais de 300 leitos abertos ou credenciados à rede SUS no nosso estado. Nessa época do ano temos uma sobrecarga, em especial por conta das síndromes respiratórias. Por isso que lembramos da disponibilidade da vacina contra a gripe e pedimos que principalmente a população idosa se vacine.

É natural que com essa sobrecarga a rede de saúde tenha que remanejar paciente de um hospital para outro ou até mesmo de uma região para outra. E em último dos casos, até a busca em leitos privados.

Com relação ao Hospital Regional de Joinville, cabe ressaltar que temos duas obras em andamento, uma é na emergência e outra no setor de cardiologia. Ambas as obras são demandas de mais de uma década de Joinville e região, estão sendo feitas nesse momento para trazer mais acolhimento e mais dignidade para quem é atendido naquela unidade.

Cabe ressaltar notar que somente a obra da cardiologia, ela traz 42 leitos a mais, que quando finalizada no ano que vem, trará um uma nova expectativa para os leitos clínicos, que são algo dessa sobrecarga atual naquela unidade.

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Também é importante salientar que toda definição e expansão da rede, ela é feita em conjunto com os municípios e com os hospitais da região. Temos hospitais sendo credenciado, como é o caso de Joinville, que teve hospitais novos credenciados desde 2023, além de um planejamento que é feito diuturnamente com os gestores de saúde e com a discussão feita com os hospitais para que a gente possa aumentar essa capacidade de acordo com a necessidade existente.”

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