Uma nova reunião entre a Celesc e o Sindicato dos Trabalhadores Eletricitário (Intercel), realizada nesta sexta-feira (26), terminou sem acordo para o fim da greve. Desse modo, a paralisação dos funcionários continua e está no quinto dia.

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Procurado pelo NSC Total, o sindicato explicou que as propostas da Celesc, apresentadas nesta manhã, não foram aceitas pelos trabalhadores. Eles reivindicam salários melhores e garantia de direitos iguais aos funcionários.

O destaque da reunião desta sexta-feira foi o anuênio — adicional salarial pago ao empregado por tempo de serviço, correspondente a 1% do salário-base acrescido a cada ano trabalhado —, benefício que foi cortado pela empresa em outubro de 2016. Ou seja, funcionários admitidos depois desta data não têm direito ao valor, enquanto os que estavam antes da extinção do benefício ainda o recebem.

Segundo o sindicato, dentre as reinvindicações, está o restabelecimento do anuênio a todos os trabalhadores. A Celesc, no entanto, afirma que fazê-lo custaria cerca de R$ 787 milhões à empresa, o que o torna inviável por agora. Sem consenso, a greve continua.

As paralisações contam com acompanhamento do Ministério Público (MPSC) desde terça-feira (23), para que os consumidores não sejam prejudicados pela paralisação. O sindicato afirma que pouco mais de 90% da categoria adere à paralisação. A Celesc, por outro lado, afirma que a adesão é de 64%.

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O que diz a Celesc

A empresa informou que, desde quinta-feira (25), o ponto “exclusivamente debatido” foi o anuênio para empregados admitidos a partir de outubro de 2016. Segundo a Celesc, à época, o benefício foi extinto “em comum acordo entre as partes”, em razão da “manutenção da concessão da Celesc Distribuição e porque, já naquela ocasião, [o anuênio] havia deixado de ser uma prática de mercado”.

A empresa adicionou também que não é viável conceder o benefício a todos os trabalhadores, e que está buscando uma “solução responsável e equilibrada”, uma vez que a concessão implicaria em “impactos significativos na sustentabilidade da empresa — projeção de R$ 787 milhões”.

A Celesc disse, por nota, que trouxe novas análises e simulou diferentes cenários a partir das propostas apresentadas pelo sindicato. Ainda assim, não houve consenso.

Segundo a empresa, o pacote já apresentado aos trabalhadores “contempla melhorias concretas nos benefícios e nas condições de trabalho, como ampliação dos valores do vale-alimentação, concessão de um vale extra no início de 2026, reajuste salarial pelo índice de inflação e atualização dos demais auxílios pelo mesmo índice”.

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Greve continua até “segunda ordem”, diz sindicato

Já o sindicato afirmou ao NSC Total que o que mais está corroborando para o mantimento da greve é o anuênio, e que sente que as soluções dadas pelos trabalhadores foram ignoradas pela empresa.

“Fizemos diversas propostas para a empresa com relação ao anuênio, propostas e possibilidades de contratação. Foram todas ignoradas, não foram sequer estudadas. A greve está mantida e seguimos o movimento até uma segunda ordem”, disse um representante.

Outro membro do sindicato afirmou que cerca de 52% dos trabalhadores não é beneficiado pelo anuênio.

Segundo o sindicato, o Ministério Público do Trabalho (MPT) fez, no fim da tarde desta sexta-feira, uma convocação para mediação na segunda-feira (29), às 14h30. Com isso, os trabalhadores esperam uma melhora na contraproposta da Celesc.

MPSC se reuniu com representantes na terça-feira

Na terça-feira, o Ministério Público se reuniu com representantes da Celesc para se inteirar da situação, com informações sobre o número de atendentes em greve, o total de agências abertas e o impacto real no atendimento à população. De acordo com o órgão, a Celesc garantiu que não serão feitos cortes de energia durante a greve e que os atendimentos de urgência continuam.

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“Os call centers estão funcionando para receber os interesses dos consumidores. Então, se você tiver algum problema, ele pode ser resolvido por eles ou mesmo pelos totens de algumas agências que estão abertas conforme a regulamentação da concessionária”, afirmou a promotora de Justiça Priscila Teixeira Colombo.

Canais de contato online da Celesc

Leia a nota da Celesc na íntegra

“Nesta sexta-feira (26), a Celesc reuniu-se novamente com representantes sindicais dando continuidade às tratativas iniciadas no dia anterior.

O ponto debatido, desde quinta-feira, foi exclusivamente a aplicação do anuênio para empregados admitidos a partir de outubro de 2016.

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O anuênio é um adicional salarial pago ao empregado por tempo de serviço, correspondente a 1% do salário-base acrescido a cada ano trabalhado.

À época, esse benefício foi extinto, em comum acordo entre as partes, em razão da manutenção da concessão da Celesc Distribuição e porque, já naquela ocasião, havia deixado de ser uma prática de mercado.

O tema foi tratado de forma exaustiva durante as reuniões, em que se demonstrou que as condições de viabilidade não se alteraram desde então.

A Celesc reafirma seu compromisso em buscar uma solução responsável e equilibrada, pois a concessão desse benefício implica impactos significativos na sustentabilidade da Empresa — projeção de R$ 787 milhões.

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A Companhia apresentou números, trouxe novas análises e simulou diferentes cenários a partir das propostas apresentadas pela Intercel, reforçando que a questão deve ser tratada com cautela.

Como não houve consenso, as negociações do ACT 2025/2026 terão continuidade com a mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), conforme solicitação das entidades sindicais.

O pacote já apresentado pela Celesc contempla melhorias concretas nos benefícios e nas condições de trabalho, como ampliação dos valores do vale-alimentação, concessão de um vale extra no início de 2026, reajuste salarial pelo índice de inflação e atualização dos demais auxílios pelo mesmo índice — garantindo, assim, a reposição integral da inflação em todos os direitos do ACT.

A empresa também reforçou compromissos com a estabilidade do quadro de pessoal, a renovação de benefícios tradicionais e a manutenção de programas de saúde, bem-estar e acessibilidade para todos os empregados.

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Equilíbrio e saúde financeira

A Diretoria da Celesc reafirma que nenhum direito foi retirado ou reduzido. E que sempre esteve – e continua – à disposição para o diálogo e para a construção conjunta de soluções que atendam aos interesses da empresa e de seus empregados.

Informa que precisa manter a saúde financeira, equilíbrio nos benefícios e salários, conservar os investimentos e, acima de tudo, assegurar o bom atendimento que a sociedade catarinense precisa e merece.

A administração da Companhia cuida simultaneamente da saúde financeira, dos empregados, dos investimentos e do equilíbrio da empresa.

A Celesc segue investindo em novas subestações, redes trifásicas, expansão de redes, linhas de transmissão, no Corredor Elétrico Catarinense, demonstrando o compromisso permanente de atender cada vez melhor os catarinenses.

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Atendimento Digital

A Celesc reforça que a maior parte dos serviços comerciais está disponível em seus canais digitais, sem necessidade de deslocamento até as lojas:
• Aplicativo Celesc (iOS e Android)
• WhatsApp (48) 99860-0067
• Site www.celesc.com.br
• Telefone 0800 048 0120

Os clientes também podem utilizar os tótens da Celesc, instalados em locais públicos, que oferecem serviços como emissão de segunda via e pagamento de faturas com cartão ou via PIX. Confira os locais dos tótens“.

*Sob supervisão de Giovanna Pacheco

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