A morte de Neil Correa da Silva, de 65 anos, deu início a uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A causa da morte em Duque de Caxias (RJ) foi registrada como insuficiência respiratória aguda, cetoacidose diabética, parada cardiorrespiratória e crise convulsiva. Porém, a polícia suspeita que Neil tenha morrido por envenenamento.

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A principal linha de investigação é de que a filha do idoso, Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, teria contratado Ana Paula Veloso Fernandes para executar o plano. As duas estão presas. Ana teria sido a responsável por trazer uma feijoada servida para Neil no dia 26 de abril deste ano, horas antes de ele morrer.

As duas são estudantes de Direitp e amigas, sendo que Ana Paula foi descrita pela polícia como uma “serial killer”, inteligente e manipuladora. Ela é suspeito de ao menos três outros assassinatos em São Paulo, eteria tentado dificultar o andamento das investigações ao registrar um boletim de ocorrência como vítima.

— Ana Paula Veloso é do Rio e se mudou para Guarulhos. Na nossa delegacia, ela foi cadastrada como vítima em um boletim de ocorrência. No decorrer da investigação, verificamos que ela não era vítima. Na verdade, ela tinha envolvimento em três crimes, um em São Paulo, dois em Guarulhos. Diante desses fatos, solicitamos medidas cautelares ao Poder Judiciário, que foram deferidas, inclusive a prisão dela. A investigação foi crescendo e chegamos a esse caso aqui em Duque de Caxias — explicou o delegado Halisson Leite Hideão, de Guarulhos, que comanda a investigação.

As três outras vítimas são Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues e Hayder Mhazres. Ana costumava procurar a polícia para registrar ocorrências desde que se mudou para Guarulhos. Em um dos casos, ela disse que estava sendo vítima de ameaça e afirmou existir um bolo, supostamente envenenado. O que a polícia descobriu foi que ela mesma preparou a sobremesa com o intuito de forjar a autoria de um homicídio em que estaria envolvida.

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— É uma investigação complexa. As vítimas não têm relação entre si, porém, todas são relacionadas a Ana Paula Veloso. E se comprovou que ela é uma serial killer. Não temos dúvida nenhuma. Existem conversas nos celulares que mostram toda a dinâmica da morte do Neil. A Ana Paula conversa com sua irmã gêmea, que também participou do homicídio e está presa. Nestas mensagens, elas comentam todo o planejamento para a morte do Neil — afirmou o delegado.

As investigações não descartam outras pessoas envolvidas na morte de Neil, e também consideram a possibilidade de que Ana Paula tenha cometido outros assassinatos. Michelle e Ana se conheceram na universidade, e eram alunas da mesma sala do curso de Direito.

Para executar o crime, Ana ainda teria contato com o apoio de sua irma gêmea, Roberta Cristina Veloso, que também foi presa. O crime teria sido contratado por R$ 4 mil, porém como Ana Paula tinha feito um empréstimo com Michelle, o valor da dívida foi abatido e ela pagou R$ 1,4 mil pelo assassinato.

O corpo de Neil foi exumado nesta quinta-feira (9), no Cemitério Memorial do Rio, em Cordovil, Zona Norte do Rio, e levado para o Instituto Médico-Legal (IML) no Centro. O intuito é que o exame alegue se houve envenenamento.

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