O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e ex-secretário de São José, Silvinei Vasques, usou documentos paraguaios para tentar fugir para El Salvador. Ele foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai.

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Com nome de “Julio Eduardo”, um documento de identidade e um passaporte paraguaios foram apresentados por Silvinei para a polícia paraguaia. Os agentes de imigração perceberam, porém, que a numeração e as impressões digitais não eram as mesmas do passageiro.

Ao ser abordado, ele confessou que os documentos não eram dele. O ex-diretor rompeu a tornozeleira eletrônica quando ainda estava em Santa Catarina, momento em que autoridades brasileiras emitiram alerta para países vizinhos, como Colômbia, Paraguai e Argentina, devido ao risco de fuga.

Espera-se que Silvinei seja expulso do Paraguai ainda nesta sexta, segundo informações da colunista do g1 Julia Duailibi, e volte ao Brasil pela Ponte da Amizade, localizada entre Cidade do Leste e Foz do Iguaçu. Ainda não há detalhes de como o procedimento será realizado.

Condenação de Silvinei Vasques

O ex-diretor da PRF foi condenado neste mês pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e 6 meses de prisão por participar da trama golpista. Ele faz parte do núcleo 2 da organização e teria atuado para monitorar autoridades e impedir a votação de eleitores, especialmente no Nordeste, no segundo turno das eleições.

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Ele já havia sido condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por uso político da estrutura da PRF na campanha eleitoral de 2022, em uma ação movida pelo Ministério Público Federal, que reconheceu o uso de recursos da instituição para promover a candidatura de Jair Bolsonaro. Silvinei chegou a ser preso em 2023, mas foi solto com medidas cautelares, que incluiam o uso de tornozeleira eletrônica.

Silvinei Vasques foi nomeado secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da Prefeitura de São José em janeiro deste ano. No mesmo dia em que foi condenado pela trama golpista, ele pediu exoneração do cargo.

Quem são os condenados do núcleo 2 da trama golpista

Confira as penas do núcleo 2 da trama golpista

  • Mário Fernandes, general da reserva, ex-secretário-geral da Presidência e aliado próximo a Bolsonaro  

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26 anos e 6 meses de prisão (a pena se divide em 24 anos de reclusão, iniciado em regime fechado, e 2 anos e 6 meses de detenção, mais 120 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um salário-mínimo) 

  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal e atual secretário de Desenvolvimento Econômico de São José, na Grande Florianópolis   

24 anos e 6 meses de prisão (a pena se divide em 22 anos de reclusão e 2 anos e seis meses de detenção, mais 120 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um salário-mínimo) 

  • Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro   

21 anos de prisão (a pena se divide em 18 anos e seis meses de reclusão e 2 anos e seis meses de detenção, mais 120 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um salário-mínimo) 

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  • Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor especial de Assuntos Internacionais do ex-presidente   

21 anos de prisão (a pena se divide em 18 anos e seis meses de reclusão e 2 anos e seis meses de detenção, mais 120 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um salário-mínimo)   

  • Marília Ferreira de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão de Anderson Torres 

8 e 6 meses de prisão (a pena é toda de reclusão, com mais 40 dias-multa, com cada dia-multa no valor de um salário-mínimo)

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*Com informações do g1