Durante os dias 10 e 11 de junho, Lages recebeu a visita de um representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para uma vistoria técnica em importantes sítios arqueológicos da cidade. A inspeção teve como foco o bairro Passo Fundo e a região do Passo de Santa Vitória, na Coxilha Rica, que já é tombada como patrimônio histórico do município.

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Na área urbana, o destaque está nas chamadas estruturas monticulares, que são formações elevadas construídas por povos indígenas há cerca de 600 anos, de acordo com as informações da Prefeitura de Lages. 

Segundo estudos anteriores e análises laboratoriais do solo, os montículos foram utilizados como estruturas funerárias por populações originárias do tronco linguístico Proto-Jê, Kaingang e Xokleng. Essas elevações, por vezes confundidas com colinas naturais, constituem uma herança arqueológica fundamental para compreender as primeiras ocupações humanas da região sul do Brasil.

Na Coxilha Rica, a atenção esteve voltada aos corredores de taipa, vestígios do Ciclo das Tropas, que testemunham o período em que Lages era ponto estratégico das rotas comerciais entre o Sul e o Sudeste do país.

Veja imagens do sítio arqueológico

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A inspeção foi acompanhada por representantes da Fundação Cultural de Lages (FCL). Para a arquiteta Gessica Coelho, responsável pelo setor de patrimônio cultural da FCL, a preservação dessas estruturas é um ato de respeito à memória dos povos originários. “Cada estrutura identificada carrega parte da nossa história ancestral. Preservá-las é respeitar a memória dos povos originários e educar as futuras gerações”, declarou.

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