Um jaraguaense de 29 anos viu com os próprios olhos o que é um cenário de guerra. Ele foi até a Ucrânia de forma voluntária para ajudar os civis feridos na guerra que envolve o país e a Rússia. Após quase oitos meses em terras ucranianas, ele voltou para Jaraguá do Sul marcado pelo o que viu, tanto pela destruição quanto nos gestos de solidariedade.

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Rafael Guimarães atuava como ferramenteiro na área da engenharia industrial e já atuava em algumas ações sociais quando decidiu, de forma voluntária, ir para a Ucrânia participar de uma instituição de ajuda humanitária.

— Fui como voluntário, inicialmente para ajudar em alguma Organização Não Governamental (ONG) ou instituição que fosse ativa na linha de frente no resgate de civis ou ajuda humanitária, mas lá eu soube que isso só era possível por meio das forças armadas ucranianas. Me inscrevi no centro de recrutamento da legião internacional de defesa territorial da Ucrânia, criada pelo próprio Vladimir Zelensky. Fui aceito e passei por um treinamento altamente rigoroso — conta.

O jaraguaense ficou por lá por quase oito meses, passando todo o inverno do leste europeu em combate e destaca que a estadia na Ucrânia foi intensa. Mesmo vendo o terror de perto, também se deparou com a solidariedade de muitas pessoas e afirma que faria tudo de novo se pudesse.

Foram seis meses de combate e um de treinamento, onde ele foi ensinado sobre variados métodos de combate moderno. Rafael conta que se especializou como soldado e membro de forças de elite chamado “assalto”, com reconhecimentos e ações médicas na linha vermelha “em contato com o inimigo”, segundo ele.

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— Estive diretamente envolvido no resgate de civis atingidos por drones, mísseis e artilharia russa contra civis inocentes, na sua maioria crianças, mulheres e idosos. Minha experiência de combate foi intensa, estive ativo durante seis meses e tenho sorte de voltar vivo e inteiro para casa — desabafa.

Ele retornou em fevereiro para Jaraguá do Sul e, mesmo passados seis meses, não esqueceu o que viu.

— Uma parte de mim com certeza morreu lá no campo de batalha com meus irmãos caídos e jamais vou esquecê-los. Vi grandes homens e mulheres de origem estrangeira carregando feridos civis ucranianos nas costas. Essas ações jamais serão esquecidas — relata.

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