A mulher investigada por se tornar stalker do dentista Felipe do Nascimento, de Itapema, terá de passar por um exame de insanidade mental, determinou a Justiça. O pedido foi feito pelo Ministério Público para avaliar a condição psíquica de Priscila Szlachta, que se tornou ré pelos crimes de perseguição, ameaça e desobediência.

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A denúncia contra a mulher foi aceita pela Justiça na quinta-feira (13). Presa preventivamente desde semana passada, a acusada aguarda uma vaga para ser transferida de Itajaí ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Florianópolis para fazer o exame. Enquanto o resultado não sai, a ação penal fica suspensa.

Para a promotoria de Itapema, Priscila tem que ser condenada pelos três crimes e pagar uma indenização de valor ainda não definido às vítimas pelos danos que causou. Agora, o andamento do processo dependerá do que vai dizer o laudo médico.

Felipe conheceu a paciente em 2019. À época, o dentista fazia majoritariamente implante dentário em uma clínica em Itajaí. Ele e a equipe perceberam que a mulher queria ir ao consultório mais vezes que o necessário e acharam estranho. Quando o tratamento acabou, Priscila tentou continuar o contato fora da clínica.

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A professora de música passou a mandar centenas de mensagens nas redes sociais e e-mail. Felipe comenta que nunca teve qualquer contato além do profissional com a stalker, mas que foi o suficiente para ela fantasiar um relacionamento com ele. Nas postagens na internet, ela fazia declarações e contava sobre uma suposta rotina com o “namorado”.

Veja os prints

Os textos mudaram de tom quando Felipe começou a namorar a biomédica Bruna Moro, em 2023. Ameaças e xingamentos se mesclavam com as juras de amor:

— Ao mesmo tempo que ela elogia, ela ama, discute, briga, xinga e quer matar. Coisas totalmente aleatórias.

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Com o relacionamento de Felipe veio também a pior fase da história: desde 2023 Priscila saiu da perseguição virtual para a real. Descobriu onde o dentista morava e foi até o apartamento duas vezes, além de seguir e abordar o casal em lugares públicos.

O primeiro boletim de ocorrência foi feito em 2023, na tentativa de invasão ao prédio. Medidas cautelares foram obtidas a pedido das advogadas do dentista, mas não adiantou. A mulher descumpriu todas. Assim, a Justiça autorizou a prisão preventiva dela, algo que ocorreu na semana passada na casa da professora, em Itajaí.

— A gente só quer que isso pare — pede Bruna.

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