Com 1,70 de altura e apenas 21 anos de idade, Maria Carolina Klaumann chegou em um patamar da carreira de modelo que nem ela esperava alcançar algum dia. Natural de Aurora, cidade do interior de Santa Catarina com pouco mais de 5 mil habitantes, a jovem se tornou, em cerca de 12 meses, estrela de marcas internacionais.

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Hoje, o rosto dela está estampado em capas de revistas que rodam o mundo inteiro. Uma realidade que nunca foi um sonho de criança, mas que sempre pareceu ser o destino da talentosa Maria.

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Contratada pela Mega Model Brasil — maior agência de modelos da América Latina — a jovem divide a rotina entre desfiles e fotografias na grande São Paulo, onde vive atualmente. A partir desse trabalho, ela faz campanhas pelo país e também vira alvo de marcas do exterior, como da revista Carlota, de Portugal, que dedicou uma capa especialmente para a jovem.

O talento de Maria encantou até mesmo Michael Kors, designer premiado de acessórios e roupas de luxo que fundou a própria empresa em 1981. Nas redes sociais, a marca reconhecida mundialmente já ultrapassa 19 milhões de seguidores. Uma indústria exigente, mas que encontrou na menina do interior o que procurava para representar o Brasil em uma ação produzida em 2021, por exemplo.

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Por causa do emprego, a jovem conta, ainda, que já visitou ao menos seis países. Também foi a responsável por abrir um desfile do estilista brasileiro Reinaldo Lourenço e, recentemente, participou de uma campanha para uma revista de Londres — que ainda não pode revelar o nome.

Tantas conquistas em um curto período de carreira surpreendem a própria catarinense, que não esperava chegar tão longe em pouquíssimo tempo. O futuro dela, no entanto, já era “previsto” por muitas pessoas quando ainda era apenas uma criança.

Maria em capa da revista Carlota (Foto: Arquivo pessoal)

— Eu sempre participava muito da sociedade. Fazia aula de dança, fazia parte da educação cultural e participava das coisas da cidade. E, todo mundo que me via, comentava: “A Maria tem que ser modelo”. Isso desde pequenininha — relembra a jovem.

Acontece que, por viver em uma cidade pequena como Aurora, Maria e até mesmo familiares dela não acreditavam na possibilidade de construir uma carreira de sucesso nessa área. A jovem relata que a situação financeira dos pais, na época, também não era favorável. Por isso, não conseguia participar de excursões de agências que a selecionavam ainda na infância para fazer testes em lugares onde poderia ter maiores chances profissionais.

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Assim, conforme Maria foi crescendo, a ideia de se tornar modelo, por mais que a encantasse, acabou ficando para trás. Nesse momento, disposta a tomar um rumo na própria vida, ela pensou, até mesmo, na possibilidade de cursar faculdade de Direito e tentar se tornar juíza.

— Mas, não era muito certo, sabe? Parece que sempre faltava alguma coisa do tipo: “Será que é isso mesmo o que eu quero?” — comenta.

A incerteza da jovem, no fim, foi o que a ajudou a seguir o caminho certo.

Maria em desfile do Reinaldo Lourenço (Foto: Arquivo pessoal)

A reviravolta depois de uma conversa

Mesmo com outros planos em mente, Maria fazia, com certa frequência, trabalhos como modelo na cidade onde morava. A ideia, no entanto, era aproveitar essa área artística apenas como um hobby. Só que, com o tempo, a jovem começou a se sentir frustrada, já que não ganhava muito dinheiro e ainda não tinha decidido o que queria profissionalmente.

Até que uma conversa sincera com a própria mãe fez com que ela finalmente abrisse os olhos — e o coração — para o que realmente sonhava. Técnica de enfermagem, dona Rosiane Preis casou-se e engravidou quando ainda era muito nova. Por isso, na época, ela precisou abrir mão de alguns desejos para construir uma família. Mas, para a filha, a mãe almejava um destino diferente.

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E foi em um diálogo entre as duas que dona Rosiane incentivou Maria a seguir o caminho que lhe tornaria, de fato, uma pessoa feliz. E a jovem não precisou nem pensar muito.

Quando pequena, Maria já era vista como uma “futura modelo” (Foto: arquivo pessoal)

— Em cidade pequena isso é comum, né? Você se casar cedo, construir família. Viver disso. E minha mãe falava que ela não queria isso para mim, ao menos que fosse uma escolha. Ela falou que eu precisava pelo menos tentar — conta Maria.

Com o apoio e incentivo da própria família, Maria decidiu se arriscar, tendo consciência de que, caso não desse certo, ainda poderia voltar atrás. Não seria o fim do mundo.

A partir daquele momento, ela estava disposta a mudar a vida completamente para realizar a vontade que, no fundo, sempre esteve dentro dela. Maria se tornaria, de fato, uma modelo.

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— E hoje eu sou isso graças a minha família. Ao apoio dos meus pais. Se não fosse eles, isso não teria acontecido — ressalta.

A jovem confessa, porém, que quando se mudou para São Paulo há cerca de um ano e meio para ir em busca desse objetivo, não foi tão simples ficar longe de quem a criou. Só que hoje, já com a carreira mais consolidada, Maria conta que visita os familiares em Santa Catarina ao menos uma vez ao mês, além de conversar diariamente com os pais e os irmãos pelas redes sociais.

Ao abrir mão de uma parte da trajetória dela, Maria também possibilitou que outros caminhos pudessem surgir a partir daquela nova etapa.

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— Hoje, não me vejo fazendo outra coisa. Eu quero ser modelo. É o que eu amo, é a minha paixão. Não me vejo em outro lugar — comenta.

O que é, afinal, ter sucesso?

O brilho nos olhos da catarinense de 21 anos ao falar da profissão não nega o sentimento de realização com tudo que ela vem vivendo nos últimos tempos. Porém, apesar do sucesso relâmpago e das inúmeras possibilidades que essa carreira ainda pode lhe reservar, Maria revela que, hoje, seu maior objetivo não é ficar famosa ou ser tão reconhecida quanto Gisele Bündchen, por exemplo.

Para ela, o principal, nesse momento, é viver cada experiência de maneira única e aproveitar as oportunidades que surgem conforme cada passo que dá dentro desse meio.

— Eu sei que eu quero traçar uma trajetória muito bonita e ser referência para as meninas nessa questão de focar e ter disciplina. De mirar em um objetivo e saber que existem consequências, regras e coisas que você precisa abdicar — comenta.

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Foto: Bruno Fiorentino

O sucesso, para ela, será consequência do trabalho que produz com tanta dedicação e amor. Já a marca que Maria pretende deixar na vida de outras meninas que também sonham em chegar longe, assim como ela, é para sempre. Com isso, o que a jovem mais deseja é se tornar, acima de tudo, uma inspiração para os outros. De coragem e persistência.

— Eu tenho certeza que lá na frente eu quero estar muito bem para as pessoas verem o que eu construí — finaliza.

*Sob supervisão de Augusto Ittner

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