Uma disputa territorial entre líderes de uma mesma organização criminosa foi o que motivou a morte de Alexandre Araújo Brandão, em Florianópolis. Ele foi morto a tiros em 9 de outubro em uma casa no bairro Campeche, no Sul da Ilha. O filho dele, um bebê de 1 ano e 8 meses, também foi atingido pelos disparos durante o ataque. Três envolvidos no crime foram presos em Manaus nesta terça-feira (16) durante a Operação Orion, coordenada pela Polícia Civil de Santa Catarina.
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As investigações da Delegacia de Homicídios de Florianópolis apontam que o assassinato foi planejado por quatro indivíduos, naturais do Amazonas. Um dos comparsas, que residia na capital catarinense, alugou um apartamento no mesmo prédio onde morava a irmã da vítima, servindo como base para monitorar os passos de Alexandre, conhecido como Xuruca.
No dia 9 de outubro, o alvo visitava os familiares no Sul da Ilha. Enquanto caminhava pelos corredores do edifício com o filho no colo, Alexandre foi surpreendido por um atirador vindo do Amazonas e pelo cúmplice, que também residia no Campeche.
A vítima foi atingida por cerca de 10 tiros e morreu no local. O bebê também foi baleado, permanecendo internado em estado grave até 15 de outubro, quando recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Fuga após o crime
Conforme a polícia, após os disparos, os executores trocaram de roupas e se esconderam em um hotel. No estabelecimento, eles se reuniram com o mentor do crime.
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A fuga ocorreu poucas horas depois: o mandante embarcou em um voo para o Rio de Janeiro, enquanto os outros três suspeitos retornaram para o Amazonas. A identificação dos criminosos permitiu que a Polícia Civil catarinense solicitasse os mandados de prisão ao Judiciário.
Com o apoio operacional da Delegacia de Homicídios de Manaus, policiais de Florianópolis viajaram até a capital amazonense para efetivar as capturas.
Quarto envolvido ainda não foi localizado
Até o momento, três homens foram detidos temporariamente e estão à disposição da Justiça. O grupo responderá pelos crimes de homicídio consumado e tentativa de homicídio contra a criança.
A operação segue em andamento para localizar o quarto envolvido, apontado como o mentor intelectual da execução. As autoridades apontam que ele estaria escondido em uma comunidade no Rio de Janeiro.
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Histórico criminal de “Xuruca”
Natural de Manaus, Alexandre possuía extensa ficha criminal, com passagens por tráfico de drogas, posse ilegal de arma de fogo, formação de quadrilha, receptação e homicídio. Ele também respondia a mais de 12 processos, incluindo violência doméstica em estados como Santa Catarina, Distrito Federal e Amazonas.
Em janeiro de 2024, Alexandre chegou a ser preso em flagrante no Campeche, durante uma operação conjunta da Polícia Federal e das Forças de Segurança do Amazonas.
Na época, o delegado Sávio Pinzon, da Polícia Federal, explicou que o suspeito integrava o alto escalão de uma organização criminosa do Amazonas com ramificações no Rio de Janeiro.
“O alvo é considerado um indivíduo bastante perigoso que faz parte do crime organizado no Amazonas. Ele foi para Santa Catarina, mas continuava a comandar o esquema criminoso no Estado”, afirmou o delegado.
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Antes disso, Alexandre já havia sido preso em posse de 14 armas no Amazonas e cumpria pena de 15 anos por homicídio. Mesmo assim, voltou a ser solto e manteve influência em esquemas criminosos interestaduais.
Além disso, em julho de 2025, a imprensa local noticiou que Alexandre foi alvo de um atentado a tiros em Manaus. Aproximadamente 50 disparos atingiram o veículo em que ele estava. Na ocasião, ele sobreviveu, mas ficou ferido nas pernas.
