A aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos deve trazer reflexos negativos à economia Serra Catarinense. A avaliação é da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que elaborou um estudo técnico para mapear os possíveis cenários de redução das exportações no curto e no longo prazo.

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De acordo com a nota técnica, a região Serrana é a mais vulnerável em qualquer cenário, devido à menor diversificação industrial e à forte dependência do setor madeireiro, cuja produção tem os Estados Unidos como principal destino.

Queda do PIB e risco de estagnação

O economista-chefe da Fiesc, Pablo Bittencourt, explica que os efeitos da sobretaxa atingem municípios menos diversificados e com maior exposição ao mercado norte-americano.

— Mesmo no cenário mais otimista com que trabalhamos, estimamos queda de 0,53% no PIB da região Serrana, dada a menor diversificação industrial e a forte especialização na produção madeireira, majoritariamente destinada aos EUA — detalhou.

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Segundo a projeção da Fiesc, os impactos podem se traduzir em estagnação econômica e intensificação da migração populacional em direção ao litoral, tendência já registrada em décadas anteriores.

Cenários de médio e longo prazo

Além da redução de 30% das exportações, considerada o cenário mais otimista, a Fiesc também avaliou hipóteses de queda de 50% e até 70% nas vendas externas. Caso a tarifa se mantenha por até quatro anos e em meio a uma eventual crise prolongada com os EUA, os efeitos podem ser mais severos, incluindo perda de mais de 100 mil empregos no país.

Medidas de apoio às indústrias

Para reduzir os impactos, a Fiesc lançou o programa “desTarifaço”, voltado ao suporte de indústrias exportadoras. A iniciativa inclui estudos de inteligência comercial personalizados para orientar empresas na busca de novos mercados.

— A FIESC lançou o programa desTarifaço, para apoiar a indústria exportadora afetada, com diversas iniciativas de nossas entidades. Uma das frentes é a produção de informações para a tomada de decisão pelas empresas, pelo poder público e pela própria Federação — afirmou o presidente da entidade, Gilberto Seleme.

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