O terceiro dia de buscas por Juliana Martins, brasileira que caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, uma das atrações turísticas mais conhecidas da Indonésia na última sexta-feira (20), foi interrompido devido às condições climáticas. A informação foi confirmada pelos familiares da jovem nas redes sociais nesta segunda-feira (23). 

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“Às 16h do horário local (5h em Brasília), o resgate foi interrompido por condições climáticas. Mas antes já havia sido dito que eles parariam ao entardecer por não operarem à noite”, informou o perfil Resgate Juliana Marins, criado pela família para divulgar informações a respeito do desaparecimento da brasileira.

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Juliana, de 26 anos, foi vista pela última vez por volta das 17h30min (horário local) do sábado (21). Desde então, ela não foi mais localizada. A jovem estava sozinha no momento do acidente e foi vista por turistas que passaram pela trilha. Eles usaram um drone para encontrá-la e divulgaram vídeos nas redes sociais, o que ajudou a informação a chegar até a família no Brasil.

Ainda segundo o perfil, os socorristas avançaram 250 metros durante o dia de resgate, faltando 350 metros para alcançar Juliana. Os familiares afirmaram que não sabem o estado de saúde da jovem e que ela segue “sem água e comida”.

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“Faltavam 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Mais uma vez! Mais um dia! Nós precisamos de ajuda, nós precisamos que o resgate chegue até Juliana com urgência!”.

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Condições extremas

O francês Antoine Le Gac, que fazia a trilha junto com Juliana, contou em entrevista ao Fantástico, que as condições eram ruins: estava escuro, com pouca visibilidade e o terreno era escorregadio, iluminado apenas por lanternas. A queda da jovem ocorreu na sexta-feira, por volta das 19h, pelo horário de Brasília. Ela teria escorregado e caído cerca de 300 metros abaixo da trilha original.

— Durante a trilha, tínhamos diferenças de nível. (…) No momento do acidente, eu estava bem na frente. Ela estava sozinha com o guia. Era muito cedo, antes de o sol nascer, em condições de visão ruins, com uma simples lanterna para iluminar terrenos difíceis, escorregadios — contou.

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A italiana Federica Matricardi, que conheceu a brasileira um dia antes da trilha, relembrou o esforço da subida e a decepção com a vista encoberta por neblina. Elas acamparam e retomaram a trilha na madrugada seguinte, por volta de 5h15.

— Estava muito frio, e foi muito difícil (…) começamos a caminhar juntas e alguns rapazes foram mais rápido — disse.

Quem é Juliana Martins

Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana Marins é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também atua como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.

A jovem compartilhou registros da viagem nas redes sociais, onde mantinha contato com amigos e seguidores. O acidente interrompeu abruptamente a jornada e, agora, familiares e amigos acompanham com apreensão a busca por notícias concretas sobre seu estado de saúde e localização.

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Como é a trilha que Juliana caiu?

A trilha que leva ao vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia, é considerada uma das mais difíceis do país. A trilha tem muitas subidas, mais de 2,6 quilômetros montanha acima. A caminhada pode ser dividida em:

  • Dois dias e uma noite;
  • Três dias e duas noites;
  • Quatro dias e três noites.

No site do Tripadvisor, um turista diz que o passeio foi “muito duro” e que achava que não ia conseguir terminar a escalada.

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