O Rancho do Seu Getúlio, tradicional na pesca da tainha em Florianópolis, foi demolido, nesta semana, para ser reconstruído. O espaço, que tem mais de 70 anos de história, dará lugar a uma nova estrutura, com o intuito de manter a tradição da pesca e garantir a continuidade das atividades no local.

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Carla Inácio, presidente do Instituto Getúlio Manoel Inácio, que faz a gestão do espaço, explica que o novo rancho é resultado de um trabalho de cinco anos e de uma avaliação da antiga estrutura que constatou que ela já não comportava mais os projetos e a atividade da pesca artesanal.

— Nós tínhamos um rancho muito precário, cheio de cupim, caindo já, com as tábuas em deterioração. E aí a gente entendeu que precisava fazer um trabalho nesse sentido — explica Carla.

A partir disso, o Instituto atuou para conseguir as autorizações necessárias com os órgãos competentes e captar recursos para a obra, através de emenda parlamentar e da Lei Aldir Blanc, pela Fundação Catarinense de Cultura.

O projeto arquitetônico já foi aprovado e a previsão é que a obra se estenda por cinco meses, sendo inaugurada no mês de dezembro.

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Veja fotos do projeto do novo Rancho do Seu Getúlio

Além de servir como apoio para a pesca artesanal da tainha, o Instituto Getúlio Manoel Inácio realiza atividades no rancho que garantem a manutenção da cultura manezinha e preservam a tradição da pesca da tainha. Entre as atividades estão curso de música, projeto com escolas e universidades, apresentação de documentários, música, capoeira e uma escola de remo. Ainda, é no Rancho do Seu Getúlio que é feita, anualmente, a abertura da safra da tainha.

Nesta segunda-feira (21), os pescadores e a comunidade local participaram de uma despedida do rancho. Em seguida, o local foi esvaziado, as canoas usadas para a pesca foram levadas para outro terreno e as estruturas foram desmanchadas.

— Agora a gente já tá no processo de começar a construção do novo rancho. Envolvemos arquitetos, engenheiros, para que pudessem ser respeitadas essas características de um rancho de praia. Vamos dar um pouco mais de cor, conseguimos fazer de modo com que a gente também avance nos nossos projetos socioculturais — explica Carla.

Segundo a presidente do Instituto, o novo rancho, aguardado pela comunidade, poderá garantir a continuidade dos projetos desenvolvidos pela entidade, assim como viabilizar algumas iniciativas que por enquanto estão somente no papel.

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