Nos próximos dias, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve se manifestar sobre a cassação do prefeito reeleito de Santa Cecília, João Rodoger de Medeiros (DEM). O político da cidade do Meio-Oeste catarinense foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 30 de outubro, após o julgamento da denúncia de compra de votos através da distribuição de cestas básicas durante o período eleitoral.

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Caso a cassação seja mantida, Medeiros poderá ficar inelegível por três anos, e um novo pleito municipal será necessário.

Medeiros recebeu 54% dos votos válidos. De acordo com o TSE, quando o candidato tem 50% dos votos válidos e o registro é cassado, os votos são anulados juridicamente e é preciso convocar uma nova eleição.

A possibilidade das novas eleições desagradou parte dos 15 mil habitantes da cidade. Em resposta à possível perda dos direitos políticos do atual prefeito, cerca de duas mil pessoas interditaram a BR-116 durante duas horas no início da noite de segunda-feira.

Eles protestaram com faixas e gritos. Um dos cartazes questionava se a voz do povo não seria ouvida.

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– Fomos às urnas a agora nossos direitos democráticas não serão levados em conta? Queremos que a nossa vontade eleitoral seja respeitada e mantida – afirmou a professora Luciane Aparecida Maziero, que participou do protesto.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação foi pacífica. Apesar do congestionamento nos dois trechos da rodovia, não houve ocorrências e acidentes durante o protesto.

Contraponto

Um dos advogados de João Rodoger de Medeiros, Cezarino Inácio de Lima Filho, negou as acusações a garante a inocência do cliente. Ele justificou que a distribuição das cestas básicas, autorizada pela Câmara de Vereadores, é feita desde o ano passado.

– Temos provas de testemunhas com depoimentos que esclarecem a verdade sobre a vitória nas eleições. A denúncia partiu de cabos eleitorais da oposição que estão tentando vincular a palavra cesta básica ao programa social Reforço Alimentar, que tem 1065 famílias carentes cadastradas. A prefeitura não poderia deixar de atender essas pessoas só porque era ano eleitoral. Não fizemos nada ilegal, apenas mantivemos o programa. Seria errado se criássemos algo parecido no período eleitoreiro – argumentou Lima Filho.

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