O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (6) dados referentes a religião que integram o Censo 2022. Três municípios vizinhos, que ficam na fronteira de Santa Catarina com a Argentina, destacaram-se por integrar o ranking de cinco cidades mais católicas do Estado.

Continua depois da publicidade

Os municípios de São João do Oeste, Santa Helena e Tunápolis estão entre os cinco com a maior proporção de católicos em Santa Catarina, segundo os dados do IBGE. Os três tem mais de 90% da população com mais de 10 anos que declarar ser da religião católica.

Entre as características em comum, além da localização próxima, no Extremo Oeste, e a poucos quilômetros da Argentina, está a forte colonização alemã. Os outros dois municípios na lista dos mais católicos ficam no Meio-Oeste e na Serra catarinense. Confira:

  • São João do Oeste (SC): 96.22%
  • Rio Fortuna (SC): 95.56%
  • Santa Helena (SC): 95.51%
  • Tunápolis (SC): 93.29%
  • Macieira (SC): 91.89%

As cinco cidades mais católicas de SC

Continua depois da publicidade

A cidade de São João do Oeste, no Extremo Oeste catarinense, é a mais católica do Estado, com 96,22% de sua população declarando fazer parte desta religião. Os evangélicos são 3,04% dos moradores do município, enquanto 0,48% dizem não ter religião.

Ainda, 0,2% são de outras religiosidades, que incluem católicos ortodoxos, testemunhas de Jeová, religiões orientais como o budismo, hinduísmo e islamismo; espiritualistas, tradições esotéricas e outras, além da multirreligiosidade e as mal definidas. Por fim, aqueles que se declararam como integrantes da umbanda e candomblé foram 0,06%.

A cidade, que é conhecida como “capital catarinense da língua alemã”, tem 6,2 mil moradores e teve a fé católica como um dos pilares durante sua colonização. A região foi colonizada pelo Volksverein, entidade colonizadora do Rio Grande do Sul, que tinha a construção de capelas e escolas como prioridade. A Igreja Matriz São João Berchman é um dos símbolos do município, um dos maiores templos de madeira da América Latina.

O município de Rio Fortuna, o único na Serra catarinense entre os cinco mais católicos, tem 95,56% da população é católica, 3,46% é evangélica, 0,45% se declara sem religião e 0,39% de outras religiosidades. Ainda, 0,08% da população é da umbanda e candomblé, e 0,06% espírita.

Continua depois da publicidade

O município de 5 mil habitantes fica a cerca 200 quilômetros da capital Florianópolis. A prefeitura da cidade destaca a forte presença de católicos, com a realização da tradicional Festa do Padroeiro São Marcos no final do mês de abril, principal evento da cidade, marcado pela gastronomia local e pelo motocross.

Em Santa Helena, os católicos representam 95,51% do total da população. Os evangélicos são 3,65%, outras religiões representam 0,4% e a população que não tem religião equivale a 0,44%.

A cidade de 2,4 mil pessoas fica localizada no Extremo Oeste do Estado, na fronteira com a Argentina. A cidade tem a produção agrícola como destaque na economia, especialmente o milho, mas também produz outras culturas e desenvolve suinocultura, bovinocultura, avicultura e apicultura.

Em Tunápolis, vizinha a Santa Helena e São João do Oeste, a população de católicos é de 93,29%. Os evangélicos representam 5% e as pessoas sem religião são 0,79%. Outras religiosidades correspondem a 0,61%, tradições indígenas a 0,14% e umbanda e candomblé a 0,1%. Já os espíritas equivalem a 0,07%.

Continua depois da publicidade

O município de 4.916 habitantes tem a religião católica como marca desde a fundação. Na década de 1950 se fixaram as primeiras famílias de imigrantes alemãs, vindas do Rio Grande do Sul. A principal exigência da sociedade colonizadora para vender terras na região é que a pessoa interessada em adquirir os lotes fosse de origem alemã e da religião católica.

A cidade de Macieira, no Meio-Oeste, tem 91,89% da população que se declara católica, e 7,59% de evangélicos. Ainda, 0,36% afirma não ter religião, e 0,15% diz pertencer à umbanda e candomblé.

Na década de 1940, foi construída pelos próprios moradores a primeira igreja da cidade, devido a grande religiosidade do seu povo. A igreja ficava localizada onde hoje é a Praça Marechal Castelo Branco. As missas eram presididas pelos freis Cassiano e Daril, que vinham a cavalo de Herval do Oeste. Como a presença deles não eram constante, os moradores se responsabilizam pelas orações quando eles não estavam. O primeiro capelão da cidade foi Ângelo Pandini.

Leia também

Evangélicos crescem, mas católicos ainda são maioria em SC, aponta Censo 2022

Capital Catarinense da Cuca é a cidade mais evangélica de SC, segundo IBGE