Imagens feitas por duas turistas já mostravam o homem de 21 anos, suspeito de matar Catarina Kasten em uma trilha de Florianópolis na sexta-feira (21), agindo de maneira suspeita. A informação faz parte do Boletim do Ocorrência registrado pela Polícia Civil ao qual o jornalista da NSC, Leonardo Thomé, teve acesso. O crime ocorreu na região da Praia do Matadeiro e o autor teve a prisão convertida em preventiva neste sábado (22) após passar por audiência de custódia. As investigações continuam.
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De acordo com o documento, as turistas caminhavam pela manhã em direção à praia, na trilha sentido Armação, quando foram surpreendidas por um homem que surgiu repentinamente atrás delas, observando a mata. Assustadas, elas registraram algumas fotos do indivíduo.
As imagens, compartilhadas em um grupo e posteriormente repassadas à comunidade, permitiram identificar que se tratava do mesmo homem flagrado minutos antes por câmeras da região, cerca de 30 segundos após Catarina Kasten passar pelo local.
“Então, foram registradas, por elas, algumas imagens dele que permitiram identificar que o indivíduo era o mesmo visualizado nas imagens fornecidas pela comunidade. Diante da divulgação extraoficial das imagens entre moradores da região, o masculino foi reconhecido e identificado”, diz um trecho do documento.
Assista ao vídeo das câmeras de segurança
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O caso é investigado como feminicídio. Neste sábado (22), a prisão em flagrante do suspeito foi convertida para preventiva. Pela lei, a prisão preventiva pode ser decretada a qualquer momento da investigação e do processo para garantir a ordem pública ou para assegurar a aplicação da lei penal.
Relembre o caso
De acordo com a polícia, Catarina saiu de casa por volta das das 6h50min para uma aula de natação, mas não retornou no horário habitual. Por volta de 12h do mesmo dia, o companheiro da vítima recebeu uma mensagem informado que os pertences dela foram encontrados na trilha da Praia do Matadeiro. Preocupado, ele questionou uma das professores do local, que informou que Catarina não havia comparecido à aula naquela manhã.
Equipes do Tático e as guarnições da polícia, além da própria comunidade, começaram a realizar buscas na região. Dois homens, então, informaram à equipe de que um corpo havia sido encontrado na trilha. Imagens de câmeras de monitoramento próximas ao local registraram um homem circulando pela região em horários compatíveis aos da passagem da vítima.
O corpo de Catarina foi localizado pela Polícia Militar com sinais de violência na trilha da praia. Segundo a Polícia Civil, a vítima sofreu violência sexual, com lesões traumáticas em regiões anal e vaginal. A causa da morte foi asfixia, conforme o Boletim de Ocorrência.
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Em depoimento à Polícia Civil, o suspeito confessou o crime e relatou que voltava de uma festa quando avistou Catarina e cometeu o crime.

Moradores fazem homenagens
Amigos, parentes e moradores de Florianópolis se reuniram na manhã de sábado (22) na Praia da Armação, no Sul da Capital, para um ato público em memória de Catarina Kasten. A manifestação também pediu por mais segurança para mulheres do município.
O ato ocorreu na Igreja da Armação, próximo à trilha onde a estudante foi encontrada morta. Os manifestantes carregavam flores e placas pedindo pelo fim da violência contra as mulheres: “Mais um feminicídio. Basta!”, dizia um cartaz.
Catarina era aluna de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em Estudos Linguísticos e Literários. Em nota (veja abaixo), a instituição lamentou a morte da aluna e comunicou o ato público marcado para este sábado:
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“A UFSC repudia veementemente qualquer forma de violência contra mulheres. A Universidade manifesta sua indignação com o caso de Catarina e pontua que tais ocorrências não podem ser naturalizadas. A UFSC confia nas instituições de estado para dar o devido encaminhamento, com todos os esclarecimentos necessários ao caso”.
Veja as fotos da manifestação
Veja a nota da UFSC na íntegra
“A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comunica, com pesar e indignação, o falecimento de Catarina Kasten, aos 31 anos. Ela era aluna do Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários na UFSC. Catarina foi vítima de feminicídio nesta sexta-feira, 21 de novembro, na trilha da Praia do Matadeiro, no sul de Florianópolis.
Um ato público deve ser promovido neste sábado, 22 de novembro, para lembrar a memória de Catarina, a partir das 7h, na Igreja da Armação, próximo à trilha onde a estudante foi encontrada morta. A manifestação também pedirá mais segurança para mulheres em Florianópolis.
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Antes de estudar letras na UFSC, Catarina foi aluna da Engenharia de Produção, onde integrou o Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (CALIPRO).
A UFSC repudia veementemente qualquer forma de violência contra mulheres. A Universidade manifesta sua indignação com o caso de Catarina e pontua que tais ocorrências não podem ser naturalizadas. A UFSC confia nas instituições de estado para dar o devido encaminhamento, com todos os esclarecimentos necessários ao caso.
A Universidade junta esforços com todos os que buscam trabalhar para que tais acontecimentos não se repitam, fazendo coro à indignação da comunidade universitária e, ao mesmo tempo, se solidarizando com os amigos e os familiares de Catarina neste momento de dor”.
Conheça os tipos de violência e como pedir ajuda
*Sob supervisão de Luana Amorim





