Foi em 2020 que o paulista Felipe Fernandes, de 30 anos, se mudou de São Paulo para Curitiba, despretensiosamente. Na época, ele não sabia que conheceria a futura esposa, Julia Steffen, atualmente com 28 anos, no hotel onde estavam hospedados. Ela fazia o mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), e havia chegado ao local alguns dias antes dele.

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Foi aí que, com a pandemia de Covid-19, tudo fechou: “Moramos juntos, em teoria, desde o primeiro dia”, brinca Felipe. Os dois se casaram no dia 16 de novembro deste ano, mas antes disso, há uma história de amor que envolve a venda de marmitas, a busca pelos estudos, conquistas, panetones veganos e a panificação transformada em fonte de renda.

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Durante a pandemia, Felipe perdeu o emprego. Foi aí que ele decidiu arriscar e ter algo próprio, em busca de rendimento em um período incerto. No final de 2021, ainda em Curitiba, ele passou a vender marmitas, mesmo se interessando mais pela área da panificação.

Na época, Felipe ainda não havia concluído o ensino médio, porque precisou parar de estudar quando era mais novo. Ao saber disso, Julia compartilhou o fato com o pai, Júlio, que era professor. No telefone, em meados de julho daquele ano, o pai dela disse que teria que conversar com Felipe para que ele terminasse os estudos, porque tinha muito potencial. Mas em agosto, Júlio faleceu.

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Foi cerca de um ano depois, em 2022, que o casal se mudou para Florianópolis e, na Capital, Felipe decidiu fazer a prova de conclusão do ensino médio. Ele passou e, logo depois, prestou Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Na capital catarinense, Felipe passou a trabalhar com a venda de pães de fermentação natural e massas artesanais. No final do ano, ele, que é apaixonado pelo Natal, decidiu se arriscar nos panetones veganos.

Amor e panetones

— Minha esposa não comia panetone desde que se tornou vegana. Por isso, decidi fazer panetone vegano em casa, para trazer o “gostinho” do Natal para ela. Eu amo o Natal, sou super animado, com luzes, árvores e, claro, panetones — conta ele.

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Foi aí que ele teve uma ideia. Ao começar a estudar mais sobre o doce tradicional, ele encontrou um artigo sobre os processos de fermentação do panetone, que era de um aluno do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Felipe se interessou e, no ano seguinte, prestou vestibular e ingressou na universidade, se tornando o primeiro da família a estudar em uma federal.

Quando a esposa gostou dos panetones veganos que Felipe preparava, ele pensou “‘pô’, isso aqui dá para vender”.

“Casa do Júlio”

Atualmente, Felipe trabalha com a panificação de modo geral, e tem uma loja chamada “Casa do Júlio – Massas artesanais”, em homenagem ao pai da esposa, que o motivou a concluir o ensino médio.

Os panetones, para Felipe, tiveram um papel crucial na vida dele, desde o amor pelo Natal, que queria compartilhar com a esposa, até o “abrir dos olhos” para um curso superior. No fim, o doce também o possibilitou homenagear quem acreditou nele, diz orgulhoso.

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*Sob supervisão de Andréa da Luz

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