A urna eletrônica chega às eleições de 2022 com uma nova versão, a UE220, que apresenta mudanças significativas de design, processamento e acessibilidade. O aparelho é o mesmo, no entanto, em termos de segurança, auditabilidade e transparência — características que especialistas reforçam ficarem evidentes no processo que vai da fabricação à consolidação do voto em cada pleito eleitoral.
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Abaixo, o Diário Catarinense detalha esse caminho das urnas, que já estiveram perto de serem um unânime motivo de orgulho nacional e agora passam por ataques.
- O modelo mais novo da urna eletrônica, de 2020, tem placa-mãe fabricada em Manaus (AM) e foi montado em Ilhéus (BA). A Positivo Tecnologia é responsável pela linha de produção, após ter vencido licitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O projeto tecnológico da UE2020 é da Justiça Eleitoral, que fiscaliza a fabricação;
- As novas urnas, assim como as anteriores, são submetidas a testes do TSE, de outros órgãos públicos e de entidades autônomas. Em 2021, a Justiça Eleitoral promoveu a sexta edição do Teste Público de Segurança (TPS), em que especialistas foram convidados a tentarem violar as barreiras de proteção dos aparelhos de votação;
- As unidades da nova urna foram então distribuídas aos Estados. Em Santa Catarina, elas ficaram alocadas em um galpão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) em Palhoça, na Grande Florianópolis, com cerca de 22 mil urnas. Além do recém-lançado, outros cinco modelos tinham unidades no local e também serão usados nas eleições;
- Existe um período de preparação das urnas antes de serem distribuídas. É feito, por exemplo, o teste exaustivo, realizado para confirmar o funcionamento dos componentes da urna;
- Do galpão do TRE-SC, as urnas são distribuídas para os cartórios eleitorais. Em Santa Catarina, isso ocorre pelo modal rodoviário, mas alguns Estados com mais dificuldades de acessos precisam fazer uso de helicópteros e barcos, por exemplo;
- Os cartórios eleitorais fazem ao longo da segunda metade de setembro audiências para acoplarem às urnas duas mídias, espécies de pen drives. Uma delas é a de carga, que terá o sistema que será usado nas eleições, com o nome e número dos candidatos. A outra é de resultado, que registra os votos. As urnas são então lacradas fisicamente. Tudo isso ocorre em eventos abertos à sociedade, partidos políticos, candidatos e órgãos fiscalizadores;
- As urnas ficam então guardadas pelos cartórios eleitorais até a véspera do pleito, para, enfim, chegarem às salas de votação em 2 de outubro. Neste dia, há uma fiscalização para garantir que lacre algum tenha sido violado e é impressa em cada urna a zerésima, um comprovante que mostra que não havia voto algum computado antes da votação. Isso se repete no segundo turno;
- Em novembro, as urnas passarão então a ser levadas de volta para o galpão em Palhoça, onde devem permanecer intactas ao menos até 10 de janeiro de 2023, para que seja possível realizar uma eventual auditoria. Passado esse prazo, começa então a ser feita a manutenção das urnas, para que possam começar a ser preparadas para uma nova eleição.
Segurança das urnas
As eleições de 2022 vão marcar a estreia da 13ª versão da urna eletrônica no país, que terá mudanças significativas de design, processamento e acessibilidade. Segurança, auditabilidade e transparência foram reforçadas, em movimento de resposta aos ataques sobre a confiabilidade do processo eleitoral.
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O pleito deste ano será o primeiro com a UE2020, versão idealizada há dois anos e que estará em ação junto com outros cinco modelos, sendo o mais antigo deles de 2009. A nova versão é menor e tem um processador 18 vezes mais rápido do que o modelo anterior, de 2015.
A partir dela, a sintetização de voz, que auxilia pessoas com deficiência visual, foi aprimorada e passará também a ler os nomes de suplentes e vices. A tela ainda irá exibir a apresentação de um intérprete de Libras para indicar os cargos em votação a cada etapa. Isso será aplicado também nos modelos mais antigos de urnas.
Em termos de segurança, todas as versões são iguais, com 31 camadas de proteção, que vão do processo de fabricação do aparelho à transmissão dos resultados, segundo lista o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Cada urna conta com uma moderna cadeia de criptografia de dados e assinaturas digitais, o que dá identificações próprias a ela e a cada etapa do processo de preparação e votação. Isso também garante que ela só execute programas do TSE e consolide dados autenticados. Assim, todo o processo é auditável.
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