Enquanto no Brasil as decisões sobre a vacina contra o coronavírus continuam incertas, nos Emirados Árabes, país do Oriente Médio, a população começou a ser imunizada em setembro. O catarinense Fernando da Silva, que mora na cidade de Al Ain, no Emirado de Abu Dhabi, é uma das pessoas do mundo que já receberam as doses contra a Covid-19.
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Natural de Florianópolis, Fernando se mudou para os Emirados Árabes em 2015 para trabalhar como professor de jiu-jitsu nas Forças Armadas. O manezinho passou toda a quarentena no país, com a filha de 18 anos que mora com ele.
Em setembro, após a conclusão dos testes com a vacina chinesa Sinopharm e a comprovação de 86% de eficácia, o governo dos Emirados Árabes começou a vacinar a população prioritária em caráter emergencial. No dia 9 de dezembro, quando o imunizante foi liberado para toda a população, o catarinense tomou a primeira dose.
— A gente estava na expectativa, porque os nossos soldados já tinham tomado a vacina. Eu sabia que iria ser vacinado a qualquer momento. A gente escuta muita informação, não sabe o que é verdade ou não, se a vacina vai dar problema. Mas pra mim foi bem tranquilo, não tive nenhum efeito colateral — contou.
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Nesta quarta-feira (30), o catarinense tomou a segunda dose da vacina Sinopharm. Tecnicamente, ele já está imunizado, mas é necessário ainda fazer um exame de sangue depois de 21 dias para verificar se o organismo criou anticorpos.
Fernando conta que a vacina já está disponível para todos nos postos de saúde do país, mas não é obrigatória. Além disso, é necessário assinar um termo de responsabilidade antes de receber a dose, já que o imunizante é experimental.
A pandemia nos Emirados Árabes
Até o momento, o país com área e população semelhantes a Santa Catarina registra cerca de 204 mil casos de Covid-19 e 662 mortes. Um número relativamente baixo, quando comparado a situação de SC, que já passa de 489 mil infectados e 5,2 mil mortes causadas pela doença. Para Fernando, as medidas rígidas e o respeito da população ajudaram no controle da pandemia nos Emirados Árabes.
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— Desde o começo não se via ninguém sem máscara na rua, todo mundo fazia distanciamento, e em todos os lugares você via os funcionários fazendo higienização: academias, shoppings (…) Também acho que o isolamento da população de risco ajudou muito a reduzir as mortes. Você não vê pessoas mais velhas na rua — relatou.
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O catarinense explica ainda que as medidas restritivas no país foram rígidas desde março. As pessoas que vinham de fora precisavam ficar isoladas e eram monitoradas, usando tornozeleira eletrônica.
Além disso, quem promovesse festas e outros eventos com aglomeração teria que pagar multas altas. O valor para o anfitrião era o equivalente a R$ 15 mil, e R$ 7,5 mil para cada convidado.
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A situação do Brasil vista de longe
A última vez que Fernando esteve no Brasil foi em agosto de 2019. Mesmo estando seguro, o catarinense se sente preocupado pela situação do país natal, pois seus familiares e amigos ainda correm risco:
— Eu fico preocupado porque meus pais têm uma idade mais avançada. Principalmente em Floripa, que agora está tendo muitos casos. Familiares meus já pegaram covid também. É difícil conhecer alguém que não tenha pego, diferente daqui que a gente conhece pouca gente que pegou. Eu fico na torcida para que a vacina chegue logo e vocês aí fiquem seguros também.
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