Vai faltar ovos no Brasil? EUA dobram importação e liberam consumo para humanos

As importações de ovos brasileiros pelos Estados Unidos quase dobrou no mês de fevereiro, com registro de alta de 93% em comparação com o mês anterior, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O crescimento acontece em decorrência de um surto de gripe aviária no país.

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A situação provoca limitação da oferta do alimento, o que causa escassez e aumento dos preços. Até janeiro deste ano, ovos brasileiros eram usados somente para ração no país. Contudo, após algumas mudanças, eles podem agora ser usados em alimentos processados, como misturas para bolo ou sorvete.

Os ovos vindos do Brasil, porém, ainda não podem ser vendidos in natura nos supermercados dos Estados Unidos. O país norte americano ainda considera uma possível flexibilização das regulamentações para consumo de ovos postos para a indústria local de frangos de corte, ou seja, ovos fecundados.

Especialistas em segurança alimentar, contudo, alertam que essa prática poderia contaminar os produtos alimentícios com bactérias nocivas.

Regulamentação do consumo de ovos brasileiros nos EUA

O governo Trump permitiu a importação de ovos brasileiros para processamento em produtos alimentícios para consumo humano em janeiro. Anteriormente, o produto há havia sido liberado para uso em alimentos para animais de estimação.

Segundo a ABPA, as autoridades brasileiras comprovaram que os ovos do país atendem os requisitos para serem processados para consumo humano. Contudo, o Brasil é afetado pela doença de Newcastle, um vírus que frequentemente mata aves, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA.

Por conta disso, o país não pode enviar ovos para venda em supermercados nos EUA ou ovos líquidos pasteurizados para consumo humano.

Em fevereiro, os EUA importaram 503 toneladas de ovos do Brasil, número que representa menos de 1% do total produzido pelo país, segundo informou a ABPA. O Brasil exporta 2,5 mil toneladas por mês.

Milhões de ovos jogados fora

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA analisa uma petição do Conselho Nacional do Frango para que ovos postos para frangos de corte possam ser vendidos para consumo humano.

Milhões de ovos desse tipo são destruídos porque os produtores não têm refrigeração suficiente para atender a uma exigência de segurança alimentar da FDA. Em 2023, uma solicitação semelhante foi negada por conta do risco de salmonela.

São cerca de 360 milhões de ovos por ano colocados por frangos de corte que não são adequados para o nascimento de pintinhos. Alguns são usados para fabricar vacinas, exportados ou usados para outros fins, porém boa parte é destruída.

Ovos estão em falta

Um vírus da gripe aviária que dizimou quase 170 milhões de galinhas, perus e outras aves desde o início de 2022, provoca impactos no mercado de ovos. Segundo consumidores, está mais difícil encontrar o produto nos supermercados, o preço subiu nos restaurantes e no atacado o valor do item cresceu 53,6% em fevereiro, e foi seguido de uma leve queda em março.

Por conta da falta de ovos, a inflação dos alimentos aumentou, em meio a disputas comerciais de Trump que ameaçam interromper as cadeias de suprimentos e aumentar os custos de alguns produtos.

O governo anunciou em fevereiro um plano de US$ 1 bilhão que tinha como objetivo reduzir o preço dos ovos, e entre as ações pretendia ajudar agricultores a evitar a disseminação do vírus e pesquisar opções de vacinas.

Ainda, o país tem importado ovos de países como Turquia, Brasil e Coreia do Sul, que não costumam enviar o item aos EUA, além de ampliado as importações da Europa.

*Com informações de g1

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