O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, admitiu que houve um “planejamento de golpe” no Brasil após as eleições de 2022, mas negou que tenha ocorrido crime. A fala ocorreu durante um evento no sábado (13), ao lado de governadores bolsonaristas e do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. O encontro ocorreu em Itu, no interior de São Paulo. As informações são do jornal O Globo.

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Valdemar ainda afirmou que os atos de 8 de janeiro teriam sido promovidos por “um bando de pé de chinelo”. As falas do presidente do PL, partido de Jair Bolsonaro, geraram reações e críticas de apoiadores do ex-presidente.

— Houve um planejamento de golpe, mas nunca teve o golpe efetivamente. No Brasil a lei diz o seguinte: ‘se você planejar um assassinato, mas não fez nada, não tentou, não é crime’. O golpe não foi crime — afirmou.

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Valdemar também comentou sobre os atos de 8 de janeiro, criticando o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter incluído os ataques na chamada trama golpista.

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— O grande problema nosso é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro e o Supremo diz que aquilo foi golpe. Olha só, que absurdo, camarada com pedaço de pau, um bando de pé de chinelo quebrando lá na frente e eles falam que aquilo é golpe — afirmou Valdemar.

O presidente do PL considerou a decisão do STF exagerada, mas defendeu que “deve ser respeitada”.

As falas de Valdemar geraram reações negativas de bolsonaristas. A deputada federal catarinense Carol de Toni (PL) publicou um vídeo na manhã desta segunda-feira (15) sem citar o nome do presidente do partido, mas negando golpe nos ataques aos prédios públicos em Brasília. “Não houve golpe em 8 de janeiro. O que existe é uma narrativa criada para perseguir Bolsonaro e criminalizar a direita”.

Dos Estados Unidos, o bolsonarista Paulo Figueiredo republicou uma matéria sobre as falas de Valdemar com a legenda: “Como eu sempre digo, não estamos nesta m* de dar gosto à toa”. O ex-ministro e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, também criticou as falas do dirigente do PL. “Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”, publicou na rede social X.

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por cinco crimes ligados à tentativa de golpe após as eleições de 2022. Além dele, outros sete réus do núcleo crucial, incluindo militares e ex-ministros de Bolsonaro, foram condenados a penas de dois a 26 anos de prisão.

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