O verão começa oficialmente neste domingo (21), mas modelos meteorológicos nacionais e internacionais já indicam o que dá para esperar da estação mais quente do ano em Santa Catarina. O calor deve ficar acima da média em alguns momentos, com dias de temperaturas “nas alturas” especialmente no Oeste.
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Uma análise da tendência climatológica foi feita nesta sexta-feira (19) pelo Fórum Climático, grupo formado por meteorologistas de diferentes instituições, entre elas a Defesa Civil e Epagri/Ciram, que se reúne mensalmente para fazer a previsão dos próximos três meses.
Conforme os dados, dezembro terminará com a passagem de ao menos mais duas frentes frias. Isso significa que os dias de sol e nuvens dividirão espaço com chuva de maior volume e temporais, especialmente entre os dias 23 e 24, e 27 e 28. “No geral, as temperaturas ficam mais elevadas, sendo os dias que antecedem a passagem das frentes frias aqueles de maior calor, com sensação de ar abafado”, detalha o boletim da Epagri/Ciram.
Janeiro é o mês mais chuvoso de todo o Estado e assim deve permanecer, pelo que indicam as análises. A diferença é que da Grande Florianópolis ao Norte a chuva deve ser acima da média. No restante de Santa Catarina, principalmente no Oeste, o total pode ficar até abaixo do esperado. Ainda assim, por ser um mês marcado por temporais, o volume total é alto. (veja abaixo)
Fevereiro e março devem ser meses de chuva dentro ou até abaixo da média, no caso do mês do Carnaval. Já em relação às temperaturas, o trimestre todo ficará dentro do normal e até acima do comum para o verão no Oeste. Dias de calorão escaldante, tempestades intensas e riscos para enxurradas marcarão o auge da estação.
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O volume de chuva esperado
Conforme dados históricos, em janeiro e fevereiro a média mensal de chuva é de 200 a 230 milímetros na Grande Florianópolis e Litoral Norte, e varia de 130 a 190 milímetros do Extremo Oeste à Serra o e no Litoral Sul.
La Niña em atuação
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o El Niño é o nome dado ao aumento na temperatura da superfície da água no Oceano Pacífico, fazendo ela evaporar mais rápido. O ar quente sobe para a atmosfera, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens carregadas.
Com isso, no meio do Pacífico chove mais, afetando a região Sul do Brasil, pois a circulação dos ventos em grande escala, causada pelo El Niño, também interfere em outro padrão de circulação de ventos na direção norte-sul e essa interferência age como uma barreira, impedindo que as frentes frias, que chegam pelo Hemisfério Sul, avancem pelo país. Logo, elas ficam concentradas por mais tempo na região Sul.
O contrário, o resfriamento dessas águas, é chamado de La Niña. Normalmente, o El Niño perde força, a temperatura no oceano volta ao “normal” — o chamado período de neutralidade — e gradativamente vai ficando mais fria, entrando no La Niña. Os efeitos do La Niña para Santa Catarina são o oposto do outro fenômeno, já que as chuvas caem em menor volume no Estado.
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Para a ciência são necessários cinco meses consecutivos com a temperatura da água abaixo de -0,5ºC para que haja uma La Niña. Como esse tempo ainda não ocorreu, neste momento se fala em uma “quase” La Niña, pois as temperaturas estão negativas e trazem impactos, mas ainda não há a formação oficial.
Os modelos indicam que o fenômeno, de fraca intensidade e curta duração, deve persistir ao menos até fevereiro de 2026.

