Cerca de um ano e meio após a investigação contra o ex-vereador de Joinville Mauricinho Soares (MDB), o político foi absolvido das acusações de participação em esquema de fraude no Departamento de Trânsito (Detran). Dos noves acusados, seis foram condenados e três absolvidos, entre eles o ex-parlamentar. O caso foi julgado em primeira instância e ainda cabe recurso.

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De acordo com a Polícia Civil, o suposto esquema de corrupção limpava carteiras de habilitação de motoristas de outros municípios catarinenses e até de outros estados. Mandados começaram a ser cumpridos durante a Operação Profusão em 30 de novembro de 2023. 

Um dos servidores que atuava no Ciretran de Joinville, órgão vinculado ao Detran estadual e responsável pelo setor de multas e documentação, era o responsável por fazer a liberação dos documentos. Para isso, ele inseria no sistema do órgão dados adulterados. Quando quem procurava pelo serviço não era da cidade, por exemplo, até o endereço cadastrado era falso. Mais de 100 motoristas foram beneficiados com as fraudes.

Veja fotos da Operação Profusão envolvendo o Detran

Os cabeças do esquema eram servidores, pessoas que atuavam no poder público, e profissionais ligados a serviços de despachantes. Segundo a Polícia Civil, as informações apontavam que o parlamentar era o responsável por cooptar motoristas para buscar o serviço de maneira ilícita. Na época, Mauricinho ainda foi preso por porte ilegal de arma de fogo.

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Entretanto, após julgamento realizado na segunda-feira (26), Maurinho e mais duas pessoas foram absolvidas no processo. Porém, o Ministério Público ressalta que o político ainda é réu em outro trâmite, mas não detalhou o caso. 

Em março de 2024, o vereador teve o mandato cassado por quebra de decoro na Câmara de Vereadores de Joinville. Foram 16 votos a favor da cassação. Apenas Pelé, da mesma sigla, se absteve da votação. Diego Machado (PSDB) não pôde votar por ter feito a denúncia.

Fotos da sessão que debateu a cassação do vereador de Joinville

Além dos absolvidos, outras seis pessoas foram condenadas, entre elas um funcionário do Detran, um ex-colaborador do órgão, um advogado e um despachante. As penas somadas chegam a mais de 35 anos de reclusão, sendo que o réu com maior pena é um funcionário, condenado a 10 anos de prisão.

Veja por quais crimes os réus foram condenados

  • falsidade ideológica
  • peculato
  • inserção de dados falsos em sistema de informações
  • corrupção ativa
  • violação do sigilo funcional
  • associação criminosa
  • advocacia administrativa. 

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O Ministério Público informou à reportagem da NSC TV que irá recorrer da decisão, mas não deu mais detalhes sobre o processo.

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