O premiê da Hungria, Viktor Orbán, 58, foi eleito para o seu quinto mandato, o quarto consecutivo, neste domingo (3), indicam resultados preliminares. Com 71% dos votos apurados às 22h47 (horário local), os números apontam que o Fidesz, partido do primeiro-ministro, já havia conquistado 134 das 199 cadeiras no Parlamento, enquanto a chapa de oposição havia vencido 58 assentos.
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Ainda não é possível afirmar se, como em 2010, 2014 e 2018, o populista de ultradireita também obterá dois terços do Parlamento, a maioria que o permite aprovar mudanças na Constituição sem depender das demais forças políticas. Em 2018, sua vitória nas urnas garantiu à legenda 133 cadeiras.
“Nós vencemos”, escreveu Orbán, às 22h44min, em sua conta no Twitter. Se oficializada a vitória, Orbán poderá acumular 16 anos como chefe de governo, o que o torna uma das lideranças mais longevas da Europa.
Unida pela primeira vez, a aliança de oposição, formada por seis partidos, da esquerda à direita, e composta por social-democratas, liberais, verdes e conservadores foi representada pelo candidato Péter Márki-Zay, 49, um prefeito do interior, religioso e pai de sete filhos. Escolhido em primárias realizadas dentro da ampla coalizão, seu nome era considerado um trunfo para derrotar Orbán, por ser ele também um político do espectro conservador.
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Márki-Zay, porém, foi derrotado em sua própria cidade, Hódmezővásárhely, onde ele é prefeito desde 2018. Ali, perdeu para um candidato do Fidesz, mesmo de Orbán.
Pouco antes do encerramento da votação, o candidato acusou o adversário de fraudes. “Ônibus, distribuição de alimentos, chantagem com obras públicas, é assim que o Fidesz age. Lutamos até o último minuto”, afirmou.
Com discurso nacionalista, anti-imigração e anti-LGBTQIA+, Orbán conta com apoio majoritariamente da população mais velha e moradora das áreas rurais, enquanto a oposição se sai melhor na área metropolitana da capital, Budapeste, e entre os jovens.
Dos 199 integrantes do Parlamento de câmara única, 106 são os vencedores diretos de cada distrito, e os demais 93 são escolhidos em listas partidárias fechadas em sistema proporcional e compensatório. Pela regra, não só os candidatos menos votados recebem votos redistribuídos, mas também os vencedores nos distritos ganham assentos extras, o que tende a favorecer as siglas mais fortes.
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É por isso que ainda não é possível cravar que o Fidesz terá controle de dois terços da Casa, embora as projeções apontem nesse sentido.