Pão de hambúrguer, queijo mussarela, cream cheese, alcaparras, palmito, alface, maionese caseira e… tainha! A combinação, no mínimo, diferente é feita na lanchonete The Gringo, que fica na Cachoeira do Bom Jesus, em Florianópolis. A tainha, comum no litoral catarinense no inverno, é tradicionalmente comida assada ou grelhada, acompanhada de arroz, feijão, salada, pirão e outras guarnições. No entanto, ao adaptá-la ao fast food, o choque se converteu em uma rica experiência gastronômica.
Continua depois da publicidade
Receba notícias do NSC Total no WhatsApp
Inserido oficialmente no cardápio nesta quarta-feira (14), o prato começou a ser idealizado pela dona Bere Bernardo e o filho Ivan Neves em 2014, após abrirem o restaurante. No entanto, os sócios rejeitaram a proposta. Em 2019, quando se tornaram os únicos donos do estabelecimento, retomaram a iniciativa. Mas, então, veio a pandemia que adiou, novamente, o sonho de transformar a tainha em um lanche popular.
Antes mesmo de ir para o cardápio, os testes com o xis tainha foram positivos.
— É bom, velho, é muito bom e surpreendente. A qualidade deles é indiscutível. Nunca comi nada parecido — relata Igor Oliveira
Continua depois da publicidade
Com ajuda do chefe de cozinha Antonio Correia, do restaurante Antonio’s, testaram combinações e intensidades até chegar ao produto final. A expectativa é que o xis tainha seja servido até novembro e volte ao menu no inverno de 2024.
— Comemos muito até ficar pronto para o cliente. Fizemos com muito amor e carinho. Vai ser nossa menina dos olhos — revela dona Bere.
Apesar da inovação considerada radical por alguns consumidores, a proprietária se considera conservadora nos costumes gastronômicos. Natural de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, segue os rígidos padrões do município gaúcho. Ela acredita que para além dos “xis”, serve também memória afetiva ao preparar um prato que, segundo ela, remete ao sabor da tradicional lanchonete “Kay’s Ki Dum”, que fechou em 28 de março de 2014.
— As pessoas sabem que vão comer um lanche de trailer dos anos 1990 aqui. Não caímos na gourmetização. A gente é muito cabeça dura, mas funciona. Temos clientes que vinham aqui grávidas logo quando abrimos. E, hoje, vem com seus filhos com seus sete, nove anos. Eles nos enxergam como referência: “Eu quero um ‘Gringo’, mãe”! — conta Bere, orgulhosa.
Continua depois da publicidade
O lanche é vendido para consumo no local e retirada na Rua das Grevileas, 31, no Norte da Ilha. Além disso, pode ser adquirido no Centro da cidade através do delivery.