O Youtube derrubou vídeos em que dois adolescentes de Balneário Camboriú aparecem em situações conhecidas como “adultização”. O termo ficou conhecido após uma denúncia do influenciador Felipe Bressanim Pereira. Felca, como é conhecido no meio digital, expôs em vídeo que pessoas estão faturando dinheiro com gravações de menores de idade em comportamentos de adultos.

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O Ministério Público de Santa Catarina recebeu o alerta do Paraná sobre as gravações e fez uma análise do material. As autoridades concluíram que o objetivo dos compartilhamentos era monetizar os conteúdos. O Conselho Tutelar foi chamado para averiguar a situação dos menores. Aí identificaram que os vídeos eram produzidos por uma mulher — mãe do garoto e avó da menina.

Conforme o MPSC, os conteúdos usam técnicas para chamar a atenção do leitor com títulos e capas apelativas, que insinuavam temas como relacionamentos amorosos, traições, consumo de álcool, sequestros simulados e situações de cunho sexualizado. 

 “Ainda que parte dos vídeos não correspondesse integralmente ao que era sugerido nos títulos, a forma de apresentação e a linguagem empregada colocavam crianças e adolescentes em contextos típicos da vida adulta, violando direitos fundamentais”, argumentou o MPSC.  

O promotor Alan Boettger ressaltou que a atuação do Ministério Público teve como prioridade cessar a exposição e evitar a perpetuação dos danos no ambiente digital.

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— A utilização da imagem de crianças e adolescentes em conteúdos com apelo adulto, voltados à monetização, configura violação de direitos. Nosso foco é garantir a proteção integral, impedindo que interesses econômicos se sobreponham à dignidade e ao desenvolvimento saudável — afirma.

Além da exposição digital, a apuração mostrou que os adolescentes não estavam frequentando a escola com regularidade e enfrentam vulnerabilidade familiar. A partir de agora, a família será acompanhada pelo serviço social.