O plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) tornou-se palco de uma celebração dos antivacinas. Em audiência pública nesta sobre projetos contra o passaporte da vacinação da Covid-19, o plenário foi tomado por pessoas contrárias à imunização. Sob o comando da deputada Ana Caroline Campagnolo (PSL), a reunião foi marcada por manifestações com questionamentos às vacinas atualmente autorizadas pela Anvisa. Pelas imagens, inclusive, foi possível ver que o público dentro do plenário estava sem máscara, que é obrigatória em ambientes fechados em SC.
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Apesar de a audiência pública ser a possibilidade de que os dois lados de um assunto se posicionem, a audiência pública teve somente um viés. A secretaria de Estado da Saúde nem sequer foi convidada a participar e se manifestar sobre a vacinação em Santa Catarina. Uma demonstração de que os organizadores do encontro não estavam preocupados em debater, mas sim em tornar o plenário da Alesc o palco dos antivacinas. A colega Dagmara Spautz, em publicação desta quinta-feira, revelou que dos 40 deputados estaduais catarinenses, dois não se vacinaram e três não quiseram divulgar informações sobre isso.
O que ocorre na Assembleia nesta quinta-feira é um crime contra os trabalhos feitos tanto pelo Estado como pelos municípios para o avanço da vacinação que tem demonstrado ótimos resultados para redução de mortes e internações pela doença. Mesmo assim, a audiência ocorre sem qualquer interferência de outros posicionamentos que possam exemplificar dados técnicos sobre a vacinação.
Além disso, o tema tornou-se nada mais do que um palco político e ideológico. Para se ter uma ideia do atentado cometido pelos deputados organizadores da audiência, uma das pessoas que se manifestou chamou a obrigação da vacina contra a Covid-19 de “uma nova forma de nazismo” por “injetar substâncias experimentais nos seres humanos”.
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O discurso se somou ao tradicional argumento “ditadura sanitária”, utilizado diversas vezes por quem acompanhava a audiência pela transmissão da TV AL nas redes sociais. No entanto, o encontro terminou por volta de 17h sem qualquer contraponto ou posição que pudesse propiciar um debate.
Infelizmente, a Alesc perdeu uma oportunidade de discutir a vacinação do ponto de vista do avanço para que vidas sejam salvas. Contudo, o que se viu no plenário do Palácio Barriga foi um desserviço à saúde pública que pode custar mais perdas humanas.
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