Dois feriados com calor e movimento no Litoral catarinense foram sucientes para comprovar a complexidade do verão com coronavírus que se apoxima. A curva da doença volta a subir de forma preocupante, colocando o Estado entre o que mais registram altas nos últimos dias em comparação com as demais regiões do país. A pouco mais de um mês e meio da temporada, Santa Catarina ainda não apresentou as suas credenciais e um plano para receber turistas.
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Para exemplificar a importância do que se desenha a partir da metade de dezembro basta olhar os números do produto interno bruto (PIB) catarinense. Em 2019, 12% vieram do turismo. A urgência, como se percebe, é grande. O Estado deve seguir a linha apontada por especialistas em saúde e montar um plano de contingência que envolva os cuidados sanitários e econômicos diante das ações.
Uma das decisões, por exemplo, é como será feito o acesso às praias. A forma com que haverá a fiscalização também precisa ser discutida diante da perspectiva de que esta não será uma temporada normal, muito diferente das que tivmos até agora.
Pela forma atual, Santa Catarina vai enfrentar o verão da mesma forma com que encara o atual momento, sem considerar que o fluxo de pessoas circulando nas praias e nas cidades litorâneas sobe consideravelmente. Além de pensar em quem vem de fora, as autoridades devem ser preocupar com os moradores locais. O crescimento atual da doença é um sinal de alerta que não deve ser ignorado.
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Florianópolis entrou no feriadão de 2 de novembro com a ocupação de leitos de UTI adultos do SUS perto de 90%. Durante a semana, este número chegou a 97%. As secretarias de Saúde, municipal e estadual, precisam estabelecer o que será feito caso isso ocorra durante a temporada de verão. A integração entre as autoridades das diferentes esferas será essencial para uma respota e controle da doença em um dos momentos mais importantes do ano para a economia local.
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Assim como no começo da pandemia, o momento exige respostas rápidas e coordenadas. O famoso “jeitinho brasileiro” de deixar para a última hora, neste caso, será ainda mais prejudicial porque trata-se do cuidado com vidas. Santa Catarina não pode perder tempo sob pena de sofrer ainda mais nos próximos meses.