
Conclusão
A Polícia Federal (PF) concluiu nesta sexta-feira (6) o inquérito da Operação Chabu, deflagrada em 18 de junho com foco em uma suposta organização criminosa que atuaria para atrapalhar investigações. O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, um dos presos no dia da ação da PF, está entre os indiciados. O delegado Daniel Brasil Carvalho Nascimento atribuiu a eles os crimes de corrupção passiva (três vezes), organização criminosa e pelo ato de embaraçar investigação. Outras 16 pessoas também foram indiciadas, incluindo delegados da PF e da Polícia Civil, secretários da prefeitura da Capital, empresários e outros agentes públicos.
O inquérito concluído tem 580 páginas e foi enviado ao Tribunal Regional Federal da 4 Região (TRF4), em Porto Alegre. O relator é o desembargador Leandro Paulsen, integrante da 8ª Turma, a mesma responsável por julgar a operação Lava-Jato.
O indiciamento de Gean Loureiro se baseia em diálogos que mostrariam o envolvimento do prefeito na indicação para cargos de pessoas ligadas a envolvidos em um esquema de vazamento de informações de operações policiais. Além disso, a PF aponta para a montagem de uma "sala segura" no gabinete do prefeito e o envolvimento de Gean em um suposto favorecimento a outro investigado em licitação feita pela secretaria de Segurança do Estado e na implantação do programa Meta21.
No gabinete do prefeito, onde estaria a suposta sala secreta, indicada pela Polícia Federal em relatório concluído nesta sexta-feira (6), o prefeito de Florianópolis Gean Loureiro se manifestou neste sábado (7), sobre o seu indiciamento na Operação Chabu.
Assim como já havia informado no dia da operação, quando foi detido para prestar esclarecimentos, Loureiro afirmou inocência.
— Não há qualquer indício que comprove meu envolvimento com os crimes que eu sou citado. Nada que eu tenha feito, como eles descrevem no relatório, caracteriza crime — afirmou.
Antes da coletiva, à coluna, ele se disse tranquilo em relação ao indiciamento: "já esperava", afirmou. Para Gean, não há fatos novos no inquérito e a expectativa dele é pelo arquivamento no TRF4. O prefeito negou a participação em organização criminosa e indicação de pessoas para favorecer o vazamento se operações policiais e em licitações e no programa Meta21. Sobre a "sala secreta", a defesa dele se baseia no fato de que a PF não teria encontrado os equipamentos no dia da busca e apreensão.
O inquérito divide as participações em núcleos político, onde Gean e outros quatro são indiciados, e policial, com 12 pessoas indiciadas.
*Com informações de Clarissa Battistella