Abraham Weintraub abriu mão de deixar um legado como ministro da Educação para ser um militante aloprado. Agora, no auge da crise política, o presidente Jair Bolsonaro se dispõe a entregar a cabeça dele em uma bandeja para tentar reduzir a tensão política com o Supremo Tribunal Federal. Sobre o ministro, o presidente disse que é um problema que “estamos tentando solucionar”. O entrave é achar um substituto que reze pela cartilha do presidente e da ala ideológica.
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À frente da principal pasta da Esplanada, esse professor e economista não conseguiu apresentar uma política nacional de educação com começo, meio e fim, muito menos construir diálogo com secretários de Estados e municípios. A relação com reitores das unidades federais, então, é uma tragédia.
Weintraub, no entanto, se notabilizou pelas frases polêmicas e pelas provocações chulas que atingiram de parceiros comerciais, como a China, a ministros do Supremo. Multado pelo governo do Distrito Federal em R$ 2 mil por aparecer sem máscara em um protesto na Esplanada dos Ministérios, o ministro foi criticado até pelo presidente pela participação no ato pró-governo.
É mais um aliado que será deixado pelo caminho por Bolsonaro. Weintraub chegou ao Palácio do Planalto como um especialista em reforma da Previdência pelas mão do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. Na sequência, foi indicado para o MEC com o aval dos olavistas. Será lembrado como uma perda de tempo para a Educação.
Plano Safra na pandemia
Apesar da pandemia, o governo resolveu promover a tradicional cerimônia de lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto. Em um salão para 600 convidados, cem pessoas serão acomodadas nas cadeiras com o devido distanciamento. O evento será conduzido pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e pelo presidente Jair Bolsonaro.
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Para o deputado Alceu Moreira, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, será o maior Plano Safra dos últimos tempos. Até ontem, a bancada ruralista ainda esperava ajustes no investimento em assistência técnica e nos juros.
Aviso prévio
Para uma plateia de apoiadores cada vez menor, o presidente Bolsonaro vem dando sinais de que não está mais confortável com os questionamentos em frente ao Palácio da Alvorada. O mau humor é visível não só com as críticas mas também com os pedidos.
Ontem, afirmou que, se fosse tratar individualmente de assunto do Brasil todo, seria prefeito e alertou:
– Vou acabar não parando mais aqui.