Copa do Mundo do México, 1986. Dia 22 de junho, Argentina x Inglaterra, quartas de final. Quatro anos antes havia acontecido a Guerra das Malvinas, com a vergonha da junta militar portenha e a vitória da dama de ferro britânica Margaret Thatcher. Aquele jogo era mais do que futebol. Quatro anos depois, era tão-somente a chance de uma vingança.
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Primeiro, ele fez um gol de mão. Depois, fez o que consideram o gol mais bonito de toda a história das Copas. Argentina 2 a 1. Ingleses eliminados. Los hermanos vingados. Ele disse anos depois: “Vencer aquele jogo, vencer a Inglaterra, era o suficiente. Vencer a Copa do Mundo era secundário para nós.”
Assim era Diego Armando Maradona. Vibrante, exaltado, extraordinário, poderoso, revolucionário, corajoso, encantador e encantado, exagerado, febril, impetuoso, inflamado, incontrolável, desregrado, vivo. Maradona foi tudo isso em todos os clubes que defendeu. Foi assim na seleção argentina, que liderou rumo ao bicampeonato em 1986. Foi assim durante toda a vida, intenso. Herói imperfeito, cheio de defeitos, herói que reconhecia todos os seus erros.
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Ir a Buenos Aires e visitar meu amigo Miguel, dono da livraria Eterna Cadencia, são obrigações para mim. Ouvir Miguel falar de forma apaixonada sobre Maradona sempre encheu meu coração de alegria. Eu perguntava sobre Lionel Messi, para provocá-lo. Miguel fazia muxoxo, bufava e respondia, explosivo: “Diego é argentino de verdade. Por isso todos nós amamos Diego. Diego é um verdadeiro argentino!”
Maradona era um craque. O segundo melhor camisa 10 da história. Um monstro que se posicionava sobre tudo, não tinha medo de ninguém, sem papas na língua.
Queria hoje dar um abraço em Miguel. Queria hoje dizer que o mundo precisa de mais Maradonas, dentro e fora dos campos.
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