O ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) foi à posse de Jorginho Mello (PL) com um discurso pronto. A expectativa de que fosse aberto espaço para fala era pequena – em 2018, o acerto para que Eduardo Pinho Moreira (MDB) se despedisse do cargo durante a posse de Moisés foi feito entre os dois, em um acordo de cavalheiros. Como não houve conversa entre Moisés e Jorginho desde as eleições, a hipótese sequer foi cogitada.

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Mesmo assim, o ex-governador chegou à Alesc com o discurso pronto, na expectativa de um acordo de última hora com o cerimonial do novo governo e com a mesa diretora da Assembleia, que conduziria a solenidade – o que não ocorreu. A coluna teve acesso ao discurso de despedida que Moisés faria. Em uma fala de poucos minutos, Moisés elencaria resultados do governo e diria que deixou o cargo com o “coração leve”. Veja o texto na íntegra:

As três prioridades de Jorginho para o primeiro dia de governo

“Coração leve e senso de dever cumprido. É assim que me apresento diante dos senhores e senhoras no dia de hoje para encerrar o nosso ciclo à frente do Governo do Estado e desejar à nova gestão êxito na missão nos próximos quatro anos.

De forma objetiva, gostaria de destacar aquilo que legamos a Santa Catarina e ao novo governo. Assim como firmamos compromissos ao iniciar uma jornada, julgo importante encerrar um ciclo prestando contas do que foi realizado. Primeiro de tudo, estamos entregando um governo enxuto, uma estrutura modernizada e, de forma inédita, com contas absolutamente em dia, com recursos em caixa para que os investimentos e novos projetos possam ser colocados em prática desde o primeiro dia.

Os primeiros desafios do governo Jorginho Mello em SC


Essa conquista foi fruto de muito trabalho e comprometimento, que trabalhou dia após dia para pagar dívidas, diminuir despesas, eliminar privilégios, fazer gestão fiscal responsável sem abrir mão dos investimentos em obras, programas, projetos e, sobretudo, nas pessoas. Ano após ano, registramos os avanços nas contas do Estado, que pôde comemorar, pela primeira vez na história aprovação por unanimidade e sem ressalvas pelos órgãos externos de controle.

É legado. Assim como também é legado os avanços que registramos na educação catarinense, que pela primeira vez recebeu e superou os investimentos exigidos por Lei. Fato que permitiu valorizar a carreira do magistério com salários dignos e ferramentas de trabalho; oportunizar a permanência na escola de alunos de baixa renda com o Bolsa Estudante; bater recordes de investimento em bolsas de estudo para o ensino superior com o Uniedu; realizar melhorias em todas as escolas da rede estadual; e inovar e modernizar a educação com a adoção de novas tecnologias.egado que fica também na saúde, que teve contas saneadas e foi descentralizada por meio das parcerias firmadas com toda a rede filantrópica, isso tudo tendo enfrentado a maior crise sanitária do último século com a menor letalidade do País e reconhecida como a mais bem gerida no Brasil.

Na segurança pública, o legado se faz presente com as carreiras valorizadas e entre as melhores remunerações do país, com indicadores de criminalidade em queda histórica, com a regulamentação das Polícias Penal e Científica, a modernização de armamentos e equipamentos, fruto do maior investimento já feito com recursos próprios.

Área que foi prioridade desde o primeiro dia do nosso governo, a infraestrutura mudou de patamar nos últimos quatro anos, pensada e planejada de forma integral, abarcando rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, de forma a dotar Santa Catarina de toda a estrutura necessária para crescer, se desenvolver, ser mais e mais competitiva e, assim, gerar mais e melhores oportunidades para todos os que vivem ou investem aqui. Foram mais de sete bilhões e duzentos milhões de reais investidos em obras e projetos municipais, estaduais e federais, um grande legado com impacto direto no desenvolvimento em todas as regiões.

Mas talvez a maior de todas as mudanças que conseguimos implantar tenha sido a aproximação verdadeira entre estado e municípios. Com o Plano 1000, colocamos em prática o maior projeto municipalista da história de Santa Catarina. Um legado transformado em realidade por meio de um plano de transferência de recursos para as prefeituras, permitindo acelerar o ritmo das obras em todas as regiões, assegurando aos prefeitos, independentemente de bandeiras partidárias ou região, recursos para investir em obras prioritárias para a população. O Plano 1000 foi fruto do nosso compromisso com todos os catarinenses, de nascimento ou de coração, e da certeza de que a vida acontece nas cidades e é nelas que cada catarinense vive, empreende, sonha e cresce, impulsionando junto todo o Estado.

Do trabalho árduo e do compromisso com todos os que vivem aqui, colhemos também reconhecimentos. Segundo o Centro de Liderança Pública, referência na avaliação da gestão pública no Brasil, somos o estado que tem a melhor eficiência da máquina pública, o segundo mais competitivo do país, o que tem a melhor gestão em Segurança Pública, Sustentabilidade Ambiental e Eficiência da Máquina Pública. Além disso, ocupamos, entre todos os estados brasileiros, a segunda posição em Infraestrutura e a terceira em Educação.

Por tudo isso que acabei de discorrer, e por muitos outros resultados positivos que alcançamos nesses quatro anos, posso afirmar com tranquilidade ao findar minha missão enquanto governador: Santa Catarina avançou muito nesses quatro anos. E nós estamos legando um Estado mais eficiente, mais responsável e pronto para seguir investindo nos projetos que Santa Catarina precisa para seguir sendo o Estado mais eficiente, mais seguro, mais belo e mais feliz do Brasil. Sucesso à nova gestão!”

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