O último relatório do Instituto do Meio Ambiente, divulgado nesta sexta-feira (22), traz a Praia Central de Balneário Camboriú 100% imprópria para banho pela terceira semana seguida. A praia é a que concentra o maior número de pontos de coleta e analise de balneabilidade em Santa Catarina. São 10 ao todo.
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O ponto mais crítico, segundo os dados coletados na última semana, está na Barra Sul, na altura da Rua 4900. Ali, foram detectados 14.136 bactérias escherichia coli em 100 mililitros. O limite aceitável é 800.
Somente os dois pontos mais ao Norte da Praia Central, na saída do Rio Marambaia e na Rua 1001, tiveram contagem de coliformes abaixo de 800. Apesar do resultado, ambos continuam classificados como impróprios para banho porque, para reverter a avaliação, são necessárias três análises seguidas indicando balneabilidade.
Fenômeno volta a “dar as caras” em praia alargada de Balneário Camboriú e chama atenção
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A metodologia do IMA, que segue os critérios e parâmetros nacionais, incomoda o setor de Turismo em Balneário Camboriú pelo tempo que uma análise pontual de impropriedade pode demorar para ser revertida. Margot Libório, vice-presidente do Convention & Visitors Bureau, diz que a balneabilidade é o “calcanhar de Aquiles” de Balneário, que está entre a praias mais famosas e procuradas de Santa Catarina.
— A cidade é um sucesso, tem outras praias para o turista visitar, que estão com a balneabilidade em dia, temos praia e marina com Bandeira Azul (certificação ambiental). Mas, se a Praia Central estivesse com 100% de balneabilidade, esse destino ninguém seguraria. Imagino a que patamares chegaríamos, seria extraordinário — avalia.
Novidade na análise de balneabilidade das praias de SC tem tudo para frustrar prefeitos
Vale ressaltar que as análises das ultimas três semanas foram feitas sem presença de chuva nas horas anteriores – o que poderia ter afetado negativamente o resultado. A análise de balneabilidade chama atenção porque Balneário Camboriú é a cidade de Santa Catarina que tem a maior cobertura de rede de esgoto. Cerca de 98% do município tem coleta, um número muito superior à média do Estado, que é de 38%.
A Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), órgão da prefeitura que é responsável pelo sistema de esgoto, avalia que a balneabilidade da Praia Central é afetada por três fatores: a chuva – que não é o caso das últimas semanas – a falta de saneamento básico na vizinha Camboriú, e a eficiência reduzida do sistema de tratamento em Balneário, decorrente de problemas encontrados na lagoa de aeração. Um obra contratada de forma emergencial, por R$ 4 milhões, tenta reverter o quadro.
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Culpar o IMA por praias impróprias em SC é jogar problema para debaixo do tapete
Divergência
Tanto na área técnica do próprio IMA, quanto entre fontes especializadas em saneamento ouvidas pela coluna desde o ano passado, apontam que uma das hipóteses para a piora de balneabilidade em Balneário Camboriú é que o alargamento da Praia Central tenha contribuído com os índices de contaminação. Isso teria ocorrido porque, com o aterro de 70 metros ao longo de toda a extensão da praia, os molhes da Barra Sul e do Pontal Norte ficaram mais curtos – e isso alterou a dinâmica da chegada das águas que vêm do Rio Marambaia e do Rio Camboriú, nas duas extremidades. A hipótese, no entanto, é descartada pela prefeitura.
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