Lula lá, Décio e Dário aqui. Nesse embalo, a Frente Democrática realizou as convenções de quatro daqueles oito membros originais nesta segunda-feira (25), na Assembleia Legislativa. PT, PSB, PCdoB e Solidariedade estão alinhados e passaram a régua nas convenções. O PV ainda não reuniu os verdes, mas vai junto. Os desfalques são PSOL, Rede e PDT, que promoverão seus encontros no sábado.
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Esses três partidos apontam para diferenças que poderão fracionar entre mais candidaturas os tempos de TV e rádio para governador e senador. Pela opção da Frente em ter o senador Dário Berger (PSB) como candidato à reeleição (festejado na convenção como “o senador do Lula”), o PDT debandou. O PSOL, idem, e levou consigo a Rede, já que formam federação.
Os pedetistas querem o ex-deputado Jorge Boeira na majoritária. Já que não dá como governador, na vaga de Décio Lima (PT), que seja como senador. Descartam a posição de vice. A Frente, porém, optou por não definir o vice de Décio, ainda na espera de o PDT aceitar encaixar Boeira na dobradinha com o petista. O PDT bate pé e leva à convenção de sábado (30) a tese da candidatura própria.
O PSOL contava com a vaga ao Senado para o vereador Afrânio Boppré. E, tanto quanto isso, não se sente à vontade de pedir votos na Frente para Dário Berger. Escaramuças ainda do impeachment da presidente Dilma Rousseff, avalizado pelo senador, então do MDB.
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E Gelson Merisio? Segue como a eminência parda da Frente. Aparece nos bastidores, fomenta as reuniões, interliga as pontas com contatos constantes, passeia na articulação mas não deve estar na urna. Distante dos microfones, fugindo dos holofotes, é o vice menos provável a essa altura.
Décio quer Merisio vice, com sobradas razões, mas isso é cada vez menos provável. É o plano C. Não por falta de envergadura do ex-deputado, afinal, Merisio tem o recall de segundo colocado (e vencedor do primeiro turno) da eleição de 2018. Mas Cláudio Vignatti, na qualidade de presidente do PSB e um dos idealizadores da Frente, testa prestígio tentando bancar a vereadora Marcilei Vignatti como vice de Décio, caso frustrada a operação para tentar convencer o PDT a topar a parada.
Seria matematicamente improvável imaginar o PSB ocupando duas das três posições majoritárias. Mas com o PDT desgarrado, com Merisio mais focado em articular do que em aparecer, o nome de Marcilei circulou com força nos bastidores da convenção. Claro que com o fomento dos socialistas do círculo de Vignatti, mas colocaria uma dose de Oeste numa chapa encabeçada pelo Vale do Itajaí e com a Grande Florianópolis ao Senado. Desta vez, a geografia pode fazer a diferença.
> PDT deixa Frente e vai lançar Boeira para governador
Oito candidatos. E o PSDB?
Santa Catarina está na iminência, nesse momento, de ter oito candidatos a governador. Se o PDT confirmar Jorge Boeira, ele tende a ser o oitavo em um cenário já com Carlos Moisés (Republicanos), Esperidião Amin (PP), Gean Loureiro (União Brasil), Jorginho melo (PL), Odair Tramontin (Novo), Alex Alano (PSTU) e o próprio Décio Lima.
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O PSDB não terá candidato a governador. Mas poderá ter para vice. É o que quer e vem incentivando Esperidião Amin. O senador foi à reunião promovida pelos tucanos em um restaurante de Florianópolis nesta segunda. Foi sugerir ao seu amigo prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, para que os tucanos apresentem um nome para fechar a chapa. De preferência, uma mulher e “mais jovem que ele”, sem esconder que o gracejo tem como destinatária a deputada federal Geovania de Sá. Ela, porém, segue determinada a buscar o terceiro mandato na Câmara Federal.
Os tucanos, porém, seguem contidos. Avaliam as sondagens do governador Carlos Moisés para compor a chapa, dentro da meta do PSDB: não ocupar espaços na majoritária (no máximo suplência da candidatura de Celso Maldaner ao Senado) e mirar forças nas chapas a deputado estadual e federal. Essa aposta é também de Salvaro, que antevê com bons olhos uma parceria agora com Moisés e com o MDB, pensando em 2026, quando então o prefeito de Criciúma pretende estar no cenário majoritário.