Cara, um dos setores mais atingidos com essa parada da pandemia, foi a educação. Os alunos, inicialmente, foram impossibilitados de ter acesso ao ensino. Passado o período de susto, gestores da pasta decidiram migrar para as atividades online e, para quem não tem condições de acessar a internet, apostilas foram sendo distribuídas para garantir a distribuição do conteúdo. Isso tem ocorrido nas unidades de ensino particulares e públicas.

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Tem gente fazendo live semanal para garantir uma maior interação, levando temas variados para aguçar o desempenho da molecada, fazendo palestras e entrevistas e por aí vai. Me chamou a atenção uma live feita na semana passada, destinada aos alunos de uma escola muito conceituada do Vale do Itajaí. 

Nela, um dos mestres decidiu abordar o tema racismo, do jeito mais catastrófico que já vi na minha vidinha de 41 anos. O professor em questão fez comparações desastrosas com o meio futebolístico, disse que o racismo monetário (inventado por ele) é de fato o maior problema. Ou seja, ignorou totalmente a história do país, as questões que elevam a desvantagem do povo outrora escravizado e ainda, se tomou de um tom sarcástico como se de fato fosse um sabido da abordagem que se propôs.

A outra história é tão complicada quanto a primeira. Uma jovem tatuadora, também do Vale, em uma conversa de redes sociais assume abertamente que odeia os cabelos crespos das mulheres negras. Ainda na conversa, a moça foi taxada de racista pela pessoa que infelizmente, não temos a identidade. Mas, as respostas nada inteligentes foram disparadas.

A jovem negou ser racista, mas não era obrigada a gostar dos cabelos ruins daquelas filhotes de escravas. Acreditam? Fica pior quando a outra pessoa na conversa retruca, dizendo que ela por ser tatuadora conceituada na região, não deveria fazer tais cometários. Pois bem, a conversa encerra quando a tatuadora diz que “Eu já sofri muito preconceito por ser bonita, sabia? Então, não vem me dizer que só essas pretas sofrem preconceito.”

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O triste episódio que envolveu a jovem tatuadora de Blumenau foi publicado pela conceituadíssima página Cultura Black Brasil, no Instagram. Lá, muitos dos mais de 260 mil seguidores lamentaram o fato, expuseram seus sentimentos de revolta e, óbvio, repudiaram as lamentáveis colocações da jovem e promissora tatuadora.

Porque trazer tal tema aqui no nosso cantinho? Primeiro, porque o exemplo do tal professor deixa nítida a necessidade de aprendermos mais sobre a história de outros povos e etnias. Estudar a verdadeira história do nosso país é o método mais eficaz para que tenhamos o tão sonhado respeito mútuo. 

Segundo, porque não podemos deixar passar como se fosse normal, uma manifestação racista de alguém que nem 30 anos de idade tem ainda. É preciso entender que manifestações como a que foi publicada pelo perfil Cultura Black Brasil, trata-se de racismo, um crime que não tem fiança e, muito menos, prazo para prescrição. 

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Sendo assim, por se tratar de uma ofensa a um coletivo étnico, não cabe a acusação menos severa de injúria racial. Mas, fico com uma dúvida aqui. Será que alguma autoridade estaria disposta a tomar alguma providência?

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