Tanto o presidente Lula quanto o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmaram que a reunião na tarde deste domingo, em Kuala Lumpur, na Malásia, foi muito positiva quanto a expectativa de acordo entre os dois países. Mas o economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt, avalia que esse período ainda é de incerteza sobre o fim do tarifaço, a grande decisão esperada pela indústria catarinense.
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– Eu diria que tudo o que vem desse campo de análise, a política internacional relacionada ao governo americano, é permeado de muita incerteza. Por mais que as notícias sejam de que há mais previsibilidade agora, porque um acordo está mais próximo, de fato as coisas têm mudado muito rápido. Então eu colocaria antes de tudo essa salvaguarda: uma expectativa que é positiva, claro, porque os dois presidentes estão mais próximos, estão dialogando para um acordo, mas tudo pode mudar muito rápido – alerta Bittencourt.
Na análise dele, o evento deste domingo teve uma interação maior. Foi uma reunião muito mais técnica e aparentemente muito mais voltada a aspectos relacionados à economia, que vão olhar para o déficit brasileiro na relação comércio com os Estados Unidos, que certamente vão colocar em conta, algumas das tarifas elevadas que o Brasil cobra dos Estados Unidos em diversos segmentos.
– Mas vão olhar também para ativos estratégicos, como o de terras raras, que o Brasil tem uma das maiores reservas do mundo e que interessa muito aos Estados Unidos Também vão olhar para um esforço de desenvolvimento industrial dentro do Brasil, a partir do uso desses ativos, tal como foi feito, por exemplo, por Getúlio Vargas, quando negociou a CSN quando os Estados Unidos brigavam com a Alemanha, antes da Segunda Guerra Mundial – destaca o economista.
Para Bittencourt, como esses elementos das negociações são mais econômicos, mais racionais, isso pode entrar no jogo da negociação e pode levar, no curto prazo, a uma suspensão das tarifas adicionais de 40% contra o Brasil.
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Além disso, ele acredita que existe uma probabilidade alta de no próximo mês (novembro) ou no outro (dezembro) avançar, com uma boa articulação, a outras novidades como investimentos dos Estados Unidos no Brasil, buscando complementar alguma cadeia produtiva e também uma certa abertura do Brasil para acesso dos Estados Unidos às terras raras brasileiras.
– Eu entendo que, para a indústria de Santa Catarina é uma perspectiva bem positiva. Eu diria que especialmente para a maior parte das exportações de madeiras, mas também de móveis e um alívio para todas as outras. Por mais que não tenham sido tão impactadas, a tarifa provocou necessariamente mudanças estratégicas importantes para empresas aqui de Santa Catarina – observa o economista, que finaliza a análise alertando para o fato de o Brasil está lidando com um governante imprevisível.
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