Encerrada sábado em Glasgow, na Escócia, a COP-26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, alcançou acordos importantes para a redução do aquecimento global. Os principais avanços foram a decisão de regulamentação do mercado de carbono, metas de redução de emissões de gases do efeito estufa e comprometimento de países ricos em contribuir para financiar países em desenvolvimento no combate ao aquecimento global. Essa agenda é positiva para o Brasil e também para Santa Catarina, mas o desafio mais urgente é colaborar e pressionar pela redução do desmatamento na Amazônia porque os efeitos negativos dessa devastação já estão afetando também o clima no Estado.

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A economia catarinense já se beneficia com investimentos voltados à redução de emissões que causam efeito estufa. Empresas do Estado já definiram metas para se tornarem Net Zero (ter emissões iguais às reduções) até 2040 e para isso já estão implantando projetos de geração de energia limpa, adquirindo veículos elétricos, reduzindo consumo de energia e realizando outras ações. Reservas florestais e projetos de energia alternativa no agronegócio devem gerar créditos de carbono ao Estado.

Além disso, instituições e empresas contam com uma série de projetos de pesquisa e desenvolvimento em andamento voltados à redução de emissões. Nesse grupo estão projetos de caminhões elétricos, conversão de carros a combustão para elétricos e pesquisas para redução de consumo de energia.

A participação do governador Carlos Moisés na COP foi importante para Santa Catarina se comprometer com a preservação do clima. O Estado firmou o compromisso de redução de 50% das emissões até 2030 e de 100% até 2050, metas iguais a do Brasil. Ele também aproveitou para cobrar dos europeus ajuda para a recuperação de áreas degradadas no Sul do Estado porque foi uma empresa britânica a pioneira na exploração de carvão mineral na região há mais de 100 anos.

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Quanto ao governo brasileiro, houve o comprometimento de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2028 e cobrança de ajuda internacional para isso. O que se espera é uma mudança de atitude do executivo federal a partir de agora porque o desmatamento segue crescendo. Esse é um problema imediato porque o clima brasileiro está mudando rapidamente. Um exemplo é a falta de chuvas que resultou no preço da energia nas alturas este ano. Outro foi a severa seca no Pantanal devido à falta dos “rios voadores” vindos do Norte.

A decisão de criação de um mercado regulado de carbono no mundo vai gerar mais oportunidades de exportação desses créditos pelo Brasil. Existe um projeto de lei no Congresso Nacional para para formalizar esse mercado no país, é o PL 528/21, apresentado pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM) que institui o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE).

Chamou a atenção nesta COP-26 a presença maior de empresários, jovens, públicos diversos e governos, além dos tradicionais ambientalistas. Isso traz esperança de que as metas definidas para cumprir gradualmente o Acordo de Paris das Nações Unidas sejam executadas. O objetivo global é fazer com que o aquecimento do clima do planeta fique baixo de 1,5ºC frente a níveis pré-industriais.