Entre os desafios dos empreendedores de cor preta, que integram o chamado afroempreendedorismo, estão a abertura de negócios por necessidade, dificuldades para usar tecnologias e acessar crédito. Essas são algumas das principais conclusões da pesquisa Afroempreendedorismo Brasil, realizada pela empresa RD Station, Movimento Black Money e Inventivos, no período de 12 a 21 de maio, junto a 701 empresários do segmento no país. Do total de negros adultos, 40% são empreendedores e, desse grupo, 61,5% são mulheres, que abrem negócios na área de serviços, em especial no comércio, comunicação e cuidados, apontou o levantamento.

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A principal motivação ao empreendedorismo é por necessidade, porque o profissional não encontra no mercado de trabalho renda em sintonia com a qualificação que possui. Do total de entrevistados, 61,9% concluíram graduação ou fizeram também pós-graduação, mas somente 15,8% têm renda familiar superior a 6 salários mínimos (R$ 6.600). Com negócio próprio, podem ter renda maior.

As queixas de falta de crédito são constantes entre os empreendedores do Brasil, mas é um problema maior para afrodescendentes. Foi a dificuldade mais pontuada na pesquisa, presente em 40,4% das respostas. Entre as barreiras apontadas estão o uso de inteligência artificial para saber o local dos empreendimentos e receita mensal média das empresas.

Outro obstáculo desse grupo de empresários envolve a parte operacional das empresas. Dos entrevistados, 50,9% relataram falta de conhecimento sobre estratégias digitais e 59,2% apontaram dificuldades para tornar o negócio rentável. Apesar de usar redes sociais, existem dificuldades para usar sistemas de marketing e métodos de pagamentos digitais. Isso ocorre, principalmente, por limitação de equipe pelo fato de 61,2% dos negócios serem tocados somente pelos empreendedores.

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Considerando resultados de outra pesquisa sobre empreendedorismo, realizada pelo Sebrae, os negócios abertos por empresários negros representam 17% do total de novas empresas criadas no país. A pesquisa aponta ainda que muitas empresas surgem das demandas específicas de pessoas negras. Um dos exemplos é uma marca de tocas de natação especiais para cabelo afro.

Leia a íntegra da pesquisa aqui.