As reclamações sobre qualidade de produtos e serviços por parte de consumidores foram em maior número no Estado de Santa Catarina frente aos demais da Região Sul em 2021. Somaram em SC 148.458, o que significa 6,6% a mais frente ao ano anterior, que chegou a 139.221. No Paraná foram 145.866 e no Rio Grande do Sul, 48.898.

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Os dados são do boletim “Consumidor em Números 2021”, divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para marcar o Dia Internacional do Consumidor, 15 de março. Eles integram os registros nas plataformas Consumidor.gov.br e do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec,), que reúne informações dos Procons. A fase da pandemia, com mais consumo por e-commerce e uso de dados elevou o total de reclamações.

Em Santa Catarina, os assuntos mais reclamados nos Procons em 2021 foram telefonia celular, com 22.185 queixas (15,2% do total), seguida por banco comercial, 18.137 críticas (12,4%) e telefonia fixa, 16.171 reclamações (11,1%). (Veja lista no final desta matéria).

No Brasil, as duas plataformas registraram ano passado 3,3 milhões de queixas. Os segmentos mais reclamados pelos consumidores foram bancos, financeiras e administradoras de cartões de crédito. Para o secretário Nacional do Consumidor, Rodrigo Roca, o diálogo com setores avaliados será primordial na defesa do consumidor.

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O resultado catarinense desse balanço do Ministério da Justiça não surpreendeu o diretor do Procon-SC, Tiago Silva Mussi. Segundo ele, o consumidor do Estado costuma se informar sobre seus direitos e cobrar com firmeza junto aos prestadores de serviços e instituições competentes, que são os Procons dos municípios e do Estado.

Ele cita como exemplos o fato de SC, em 2020, solicitar via Procon a suspensão do reajuste de 44% nas tarifas de pedágio da BR-101 Norte, que seria para custear a obra do contorno viário. Foi também o único estado, em 2009, a cumprir a lei dos 15 minutos nas filas de espera de agências bancárias.

– O consumidor de Santa Catarina é diferenciado. É muito exigente e cobra seus direitos. Se Santa Catarina fosse um país, nós seríamos a Suíça. Aqui as coisas funcionam – afirma Tiago Mussi.

Segundo ele, é muito comum as pessoas procurarem um dos 98 Procons municipais para reclamar que uma loja não deu o troco de R$ 0,1 ou R$ 0,2 (centavos de real). Conta que recentemente, um consumidor chamou a atenção ao reclamar da cobrança de R$ 46 por uma caipirinha em restaurante de Florianópolis. Recorreu ao Procon para saber quanto havia custado a vodka e a fruta usadas para fazer aquela caipirinha tão cara.

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Assuntos mais demandados em SC no sistema Sindec

Telefonia Celular – 22.185 ou 15,2%

Banco Comercial – 18.137 ou 12,4%

Telefonia Fixa – 16.171 ou 11,1%

Financeira – 8.877 ou 6,1%

Cartão de Crédito – 5.838 ou 4,0%

Móveis – 3.122 ou 2,1%

Seguros (exceto Saúde) – 3.066 ou 2,1%

TV por Assinatura – 2.897 ou 2,0%

Carros – 2.887 ou 2,0%

Aparelho Celular – 2.360 ou 1,6%

Assuntos mais demandados no Consumidor.gov.br

Cartão de Crédito / Cartão de Débito / Cartão de Loja – 160 ou 7,0%

Aéreo – 114 ou 5,0%

Combustível / Inflamáveis (gasolina, etanol, óleo, botijão de gás, GLP, carvão, fogos de artifício etc.) – 104 4,5%

Crédito Consignado / Cartão de Crédito Consignado / RMC (para beneficiários do INSS) – 92 ou 4,0%

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Móveis e Colchões – 90 ou 3,9%

Pacote / excursão / agência de turismo – 89 ou 3,9%

Serviço de pagamento online/ via celular/ maquininha – 77 ou 3,4%

Água e Esgoto – 74 ou 3,2%

Aparelho celular – 68 ou 3,0%

Plano de Saúde (convênio, autogestão, seguro saúde) – 58 ou 2,5%