Na reunião mais pressionada para cortar os juros básicos do país, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nesta quarta-feira, votou dividido: quatro integrantes decidiram pelo corte de 0,25 ponto percentual e cinco por 0,50. E indicou que nas próximas reuniões cortará 0,50.

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Apesar da divisão, o comitê votou com base na condição melhor da economia brasileira para iniciar o ciclo de cortes desde agosto de 2020, mostrando que segue os padrões técnicos internacionais de mirar a inflação na meta. O voto de desempate foi do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, foco da chuva de críticas políticas.

Considerando as condições do Brasil, pesaram a favor da redução de 13,75% ao ano para 13,25% a inflação negativa do mês de junho, a baixa atividade econômica em maio, com queda de 2% do IBCr (prévia do PIB) frente a abril e cenário de baixa atividade econômica nos próximos meses.

Nas análises, o BC observa o cenário nacional e internacional. Para a instituição, existem várias pressões inflacionárias lá fora como núcleos de inflação elevados e resiliência no mercado de trabalho.

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– Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 13,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em grau menor, o de 2025. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego – justificou o Copom no comunicado.

O comitê tem o seu cenário de referência para a inflação, que prevê taxa de 4,9% em 2023, 3,4% em 2024 e 3,0% em 2025. Para os preços administrados, as projeções são de inflação de 9,4% em 2023, 4,6% em 2024 e 3,5% em 2025.

Em toda sua análise, o BC mostrou que está atento a todos os indicadores e reconheceu que nem todos estão favoráveils. Esse corte de 0,50 ponto percentual da Selic, mais a confiança de que as contas públicas seguirão sob controle porque o arcabouço fiscal será aprovado, melhoram um pouco o cenário econômico para decisões de investimentos e empregos, embora a realidade seja ainda de dificuldades.

O controle da inflação é importante para o equilíbrio da economia, para a decisão de investimentos e principalmente para garantir o poder de compra dos mais pobres, que são a maiora dos brasileiros. É por isso que o Banco Central é independente.

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