A prática de corrupção em série em prefeituras de Santa Catarina, um dos estados reconhecidos no Brasil e no mundo pela ética nos negócios e desenvolvimento avançado, surpreende e abala a imagem estadual junto ao público em geral e aos investidores. A Operação Mensageiro, que apura o pagamento de propina a prefeitos e a outros agentes públicos, chama a atenção pelo tipo de corrupção básica em tempos digitais.
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As provas apuradas até agora envolvendo a empresa Serrana Engenharia, destacadas novamente na quarta fase da operação, nesta quinta-feira, mostram a tranquilidade de gestores públicos em atuar fora da lei, desrespeitando os escassos recursos públicos enquanto serviços estratégicos em saúde e educação não são prestados com a qualidade necessária.
A impressão que esse escândalo sem precedentes deixa é que uma parte dos políticos acreditava que não seria identificada apesar de ser corrupção em série em dezenas de municípios. Eles ignoraram que hoje a vida é um “Big Brother”, tudo é rastreado ou filmado. Se antigamente infratores já eram identificados, imagina hoje com todos esses equipamentos.
O que se sabe sobre a quarta fase da Operação Mensageiro
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Essa corrupção em municípios também vai contra a nova ordem mundial de administração de empresas e governos, calcada nas normas de ESG, sigla em inglês que indica boas práticas de preservação ambiental (Environmental), responsabilidade social (Social) e governança (Governance). Essa última significa fazer gestão ética, boa para todos os públicos.
Existe um esforço geral no mundo empresarial de seguir normas de uma economia mais inclusiva, para que mais pessoas tenham condições de uma vida mais digna. Isso implica mais investimentos e melhores decisões voltadas ao social e ambiental.
O que se ouve no meio político é que os detidos em função desse escândalo estão tristes, com uma série de problemas, em especial de saúde. Mas é preciso reafirmar que o Estado, o Brasil e o mundo contam com uma série de leis e normas.
Se as pessoas com liderança seguirem essas leis e determinarem que seus liderados façam o mesmo, não se colocarão em risco de enfrentar uma prisão ou de terem que dar explicações de outras formas à Justiça. Assim, não prejudicarão a si próprias e, também não afetarão a imagem de um Estado que depende de investidores. Empresas éticas, que não oferecem propinas, fogem de governos que pedem pagamentos por fora.
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Apesar de todos os casos de corrupção apurados no Brasil, muitos ainda não aprenderam. Se espera que as apurações e punições da Operação Mensageiro sirvam de lição para que prefeitos catarinenses digam não para práticas assim.
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