Quem atua com negócios internacionais neste mundo pós-pandemia já vem enfrentando decisões diferentes, com mais atenção à saúde e segurança, apesar da relevância de aspectos econômicos e financeiros. Isso reforça que o talento das pessoas e suas capacidades de transformar conhecimento em soluções será uma tendência cada vez mais relevante. Esse alerta foi feito pelo presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos BRICs, o economista brasileiro Marcos Troyjo, em palestra na última reunião da diretoria da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), dia 18 deste mês.
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Conforme Troyjo, outras tendências dessa nova fase dos negócios internacionais são o crescimento das economias de países emergentes, a reconfiguração das cadeias globais de valor, os acordos comerciais e as reformas estruturais internas.
– Hoje, no Fórum Econômico Mundial, tem gente que diz que o sistema econômico não é mais o capitalismo. O capital não é, necessariamente, o mais importante fator de produção. O sistema econômico mundial chama de talentismo. O talento é o fator determinante de produção – afirmou Troyjo, que falou por videoconferência de Xangai, onde está a sede do NDB.
Segundo ele, daqui para a frente, o talento vai além para os profissionais. Isso significa que além da atividade que faz bem, da carreira, o indivíduo será desafiado a realizar multitarefas, apresentar novas aptidões, colaborando mais para o desenvolvimento econômico.
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Do ponto de vista empresarial, Troyjo observa que o talento permitirá à empresa cuidar da sua atividade e olhara além, num cenário de 360 graus para outras oportunidades, em processo contínuo de reinvenção corporativa.
– E do ponto de vista dos países, talento é agregação de valor. Mais importante do que contar com setores diversos, como agronegócio, indústria, serviço ou tecnologia, o que fará diferença é quanto de valor, de inteligência, de complexidade um país poderá agregar à sua produção. Esse mundo intensivo em talento fará diferença na competitividade das nações – avaliou o economista.
Essas colocações de Troyjo sobre talento reforçam um grande desafio do Brasil, que é avançar no desenvolvimento e oferta de produtos e serviços importantes para a vida das pessoas e para atividades econômicas. Para a situação presente, o país precisa investir mais em ciência, pesquisa, desenvolvimento e inovação, tanto nas universidades e institutos, quanto nas empresas.
Pensando num futuro não muito distante, para o Brasil poder utilizar melhor o seu potencial de talentos precisa avançar na qualidade da educação básica para todos os estudantes. Isso inclui a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
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Existe uma corrida global de países ricos e em desenvolvimento para avançar em tecnologia e inovação e o Brasil não está bem colocado. A principal prova disso é a falta de uma vacina nacional contra o novo coronavírus. Mas quando se olha a questão macroeconômica, significa menos desenvolvimento econômico e social.