Ao assumir a gestão do Estado de Santa Catarina pela segunda vez, a vice-governadora Daniela Reinehr tem um enorme desafio não só com a gestão da pandemia, mas também com a economia. Em função da interinidade desse período de mandato e da situação gravíssima da crise sanitária, que leva número maior de vidas e inibe mais atividades econômicas, Reinehr deveria concentrar esforços em medidas mais eficientes para conter a pandemia e conceder ajuda financeira a pessoas e empresas que perderam renda.

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O momento único exige que o governo estruture, com urgência, medidas de socorro que não foram necessárias no ano passado porque os programas da União foram suficientes. O governo federal promete pagar o auxílio emergencial a partir de quatro de abril, por quatro meses e valor médio de R$ 250. Mas essa ajuda chega tarde e não é suficiente para famílias sem renda ultrapassarem uma pandemia desse porte.

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No ano passado, mais de 1,6 milhão de catarinenses receberam o auxílio emergencial. Considerando que o cadastro nacional já excluiu quem não precisa, a projeção é de que cerca de 1 milhão de pessoas, no estado, necessitariam de ajuda este ano. Beneficiários do Bolsa Família e do Cadastro Único somam mais de 300 mil em SC. Com pressão da Assembleia Legislativa, o governo de Carlos Moisés estava avaliando a concessão de um auxílio. Pela condição econômica privilegiada de SC, o Estado pode oferecer socorro a grupos mais vulneráveis.

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Outra prioridade deve ser a ajuda a empresas que, devido às restrições ou impacto geral da crise sanitária, perderam parte ou todo o faturamento. Muitas firmas de gastronomia, eventos, entretenimento e serviços tiveram redução de mais de 80% da receita. Elas têm certeza que poderão continuar ativas após a pandemia, mas precisam de ajuda agora para manter as contas em dia. Pode ser um crédito de até R$ 100 mil com carência maior.

O setor produtivo também solicia outros tipos de recursos, como microcrédito, postergação de impostos, taxas e até suspensão da cobrança de alguns serviços básicos, como fizeram outros estados. Isso porque o governo federal não reeditou a MP do emprego para reduzir ou suspender salários e ainda não liberou crédito acessível este ano, como o do Pronampe e outros. Todas as contas seguem sob a responsabilidade dos empreendedores.

Nesta fase de interinidade, o ideal seria também que a governadora mantivesse a equipe econômica do Estado, que está à frente de diversos projetos. Isso daria mais segurança para a continuidade de investimentos, apesar das sucessivas turbulências políticas. E para conter a pandemia, o governo catarinense precisa de medidas mais assertivas de orientações para uso de máscara e distanciamento. A expectativa é de que Daniela Reinehr, no governo, se empenhe por tudo isso.

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