Pela primeira vez, o Brasil terá uma cadeira no conselho da Câmara de Comércio Internacional (ICC). Ela será ocupada pela empresária Maria Teresa Bustamante, a Maitê, presidente da Câmara de Comércio Exterior e secretária executiva da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), que assumirá o posto quarta-feira (21), no congresso mundial do ICC, em Genebra, na Suíça.

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Fundado em 1919, o ICC é a única entidade internacional com assento em todos os órgãos representativos de comércio global, com voz e voto. A indicação do nome de Maitê Bustamante foi pela trajetória como executiva de comércio exterior do setor eletroeletrônico, integrante de negociações de acordos internacionais como o do Mercosul e União Europeia, que ainda não entrou em vigor, e pelo trabalho à frente da Câmara da Fiesc.

Mas depois da indicação teve mais uma difícil etapa. A seleção envolveu também uma eleição mundial com a participação de 12.400 câmaras para a escolha dos membros do conselho. Nessa votação, a representante catarinense foi uma das pessoas escolhidas.

– Tenho a pretensão de promover a integração de ações e esforços de todas as câmaras de comércio de Santa Catarina com foco em promover mais capacitações sobre mercados, inteligência comercial e construir alianças estratégicas – afirma Maitê, sobre o trabalho que pretende desenvolver na instituição global.

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Segundo ela, é uma oportunidade única de participar na análise e deliberação das normas e regras que são internalizadas no ordenamento jurídico pelos países. O leque de ações perpassa arbitragem, mediação, investimentos, regras de origem, certificados de origem.

– É uma honra participar desse conselho e poder reforçar o eixo estratégico (da internacionalização) da gestão do presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. A Fiesc e a sua Câmara de Comércio Exterior (Camex) que presido, se colocam na vanguarda do multilateralismo e dos negócios internacionais – afirma Maitê.

O evento em Genebra, 13º Congresso Mundial das Câmaras de Comercio, contará com representações de mais de 100 países, e mais de 1.500 participantes no congresso. O total de palestras supera 80.

Mais sobre Mercosul-UE

E o acordo Mercosul-União Europeia foi tema, esta semana, da visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela disse que gostaria que o acordo fosse fechado este ano, mas o presidente brasileiro disse que não poderia porque os europeus aprovaram leis próprias que afetam o equilíbrio do acordo, prejudicando o agronegócio e a indústria brasileira. Maitê Bustamante avalia que Lula agiu certo.

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– A fala de Lula procede porque o primeiro passo de incluir ampliação do tema ambiental com exigências contrariando a lógica do acordo foi da União Europeia. Portanto, eles abriram a brecha para rediscutir o tema que por si é complexo e sensível. E o Lula tem a obrigação de reivindicar uma revisão do acordo para avaliar a possibilidade real de cumprimento do acordado. Caso contrário torna-se uma desvantagem para Brasil no caso ambiental. É importante desvincular com comércio de produtos – avalia a presidente da Câmara da Fiesc.

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