O esforço dos ucranianos para salvar suas vidas em meio ao conflito protagonizado pela Rússia é gigantesco, ao mesmo tempo em que crescem os problemas econômicos pelo mundo, afetando inclusive Santa Catarina. É pela economia uma das apostas dos países ricos para deter a Rússia: a exclusão dela da Sociedade para Telecomunicação Financeira Mundial entre Bancos (Swift), que informa transferências financeiras internacionais.
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Esse isolamento financeiro deve dificultar o comércio para a Rússia, elevando custo de vida ao povo do país, que já protesta contra a invasão à Ucrânia e também contra essa nova inflação. Por enquanto, somente os países desenvolvidos anunciaram que adotarão o bloqueio ao Swift, medida que pode acelerar o fim do conflito.
Pelas manifestações até agora do governo brasileiro, dificilmente ele adotará essa medida imediatamente contra a Rússia. E se o fizer pressionado pelos EUA, até pode seguir vendendo para a Rússia por intermédio de rotas financeiras alternativas, como as de paraísos fiscais.
Para o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, o problema ainda é recente. Segundo ele, não se esperava que os ataques à Ucrânia fossem tão violentos e tão rápidos. As consequências não são conhecidas ainda. Ele vê com preocupação, principalmente, o fato de SC e o Brasil importarem elevadas quantidades de fertilizantes dos dois países, além de matérias-primas.
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Novas exportações estão sendo afetadas. Uma empresa do agronegócio informou à coluna que vem enfrentando dificuldades para fechar vendas para a Rússia e Ucrânia. É que o financiamento para exportações, que é liberado via bancos comerciais, ficou mais restrito e mais caro pelo temor de perdas em função da insegurança na economia.
Aliás, essa invasão na Ucrânia derrubou as esperanças de agroindústrias brasileiras ampliarem as exportações de carnes para a Rússia. O tema foi tratado pelo presidente Jair Bolsonaro e pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na polêmica e inoportuna viagem ao país há poucos dias.
Em função do excesso de produção e queda da demanda interna, o Brasil tem cerca de 100 mil toneladas de carne em excesso este ano, principalmente de suíno e frango. Uma boa parte disso poderia ser absorvida pela Rússia, estabilizando a oferta no mercado brasileiro, caso ela não estivesse iniciado guerra ao país vizinho.
Esses problemas econômicos podem ter menor ou maior impacto conforme a extensão do conflito. O que se espera é um acordo político rápido entre as partes para que as perdas sejam menores, tanto para as pessoas, quanto para a economia de um modo geral.
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