Além dos governos federal e estadual, que elaboraram e lançaram medidas de apoio às empresas afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos, a Federação das Indústrias de SC (Fiesc) também vai lançar um pacote de ajuda às indústrias estaduais atingidas. As medidas incluem desde lobby nos Estados Unidos, até consultoria empresarial e cursos para trabalhadores.

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O pacote da Fiesc foi destacado pelo novo presidente da entidade, Gilberto Seleme, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, numa antecipação à posse solene da sua gestão, que acontece às 19h, na sede da entidade, em Florianópolis.

– O Sesi e o Senai do estado vão fazer um pacote de auxílio à indústria. Como? Nós vamos dar consultoria com custo reduzido, nós vamos dar treinamento. Até a parte de farmácia nós vamos ter (as farmácias do Sesi-SC), vamos dar desconto para as empresas atenderem os funcionários. Se o remédio for para depressão, acho que até vamos doar. Não podem o empresário e o trabalhador ficarem depressivos. Nós solicitados sugestões a todos os sindicatos industriais para elaborar esse pacote – disse Seleme.

Na esfera internacional, além de a Fiesc ter contratado lobby nos Estados Unidos para defender interesses da indústria catarinense (o lobby é legal lá), o primeiro vice-presidente da entidade, André Odebrecht, vai integrar missão da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a Washington no começo de setembro.

De acordo com Seleme, os exportadores de SC estão pressionando as autoridades americanas por meio dos seus clientes nos Estados Unidos. Eles também precisam dos produtos brasileiros e enfrentarão aumentos de custos sem os itens brasileiros. Por exemplo, as casas ficarão mais caras sem a madeira do Brasil.

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Além disso, para as empresas exportadoras de SC que estão perdendo clientes nos EUA, a Fiesc vai colaborar na busca de novos mercados. Em breve, haverá uma feira no Paraguai em que a entidade vai e poderá subsidiar estande a empresas que quiserem expor ou tentar identificar novas oportunidades de negócios.

As empresas com maior concentração de exportações aos EUA são as mais afetadas, tanto em SC quanto em outros estados. Mas, de acordo com Seleme, em Santa Catarina ainda não existe caso de fechamento de empresa, o que já aconteceu no Paraná. SC é um dos estados mais afetados porque tem nos EUA seu maior mercado de exportações, de onde vinha 15% do faturamento do exterior.

Por enquanto, indústrias exportadoras suspenderam produção, concederam férias coletivas e tomaram outras medidas. Como a situação é difícil, o presidente da Fiesc disse que a entidade sugeriu ao governo federal medidas semelhantes às da pandemia para manutenção de empregos. Ele alertou também que muitas empresas fornecedoras a exportadoras estão sofrendo problemas semelhantes, mas ainda não foram incluídas nos programas de ajuda. O presidente da Fiesc avalia que isso é necessário.

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